Um ônibus do Transcol foi incendiado em Itacibá, Cariacica, na madrugada desta quinta-feira (30). Os criminosos deixaram um bilhete manuscrito, assinado como "sistema carcerário capixaba", reclamando das condições nas unidades prisionais e afirmando que os ataques a ônibus "vão acontecer todos os dias" se as visitas não voltarem nos presídios do Espírito Santo. O veículo fazia o transporte de dois passageiros, todos funcionários da empresa de ônibus. Ninguém se feriu.
Há pouco mais de uma semana, bandidos queimaram dois ônibus em Viana e também deixaram um manuscrito relacionado a presos capixabas.
As visitas estão suspensas desde março, como medida de prevenção ao novo coronavírus. No bilhete deixado nesta quinta, os criminosos reclamam das refeições e de "superlotação" nos presídios. Segundo a Polícia, foram quatro suspeitos que abordaram o coletivo, mandaram todos descerem e atearam fogo no veículo. Os criminosos fugiram e não foram localizados.
Segundo a Polícia Civil, o ataque em Cariacica seguirá sob investigação da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Transporte de Passageiros (DRCCTP), para identificar os suspeitos envolvidos.
"A Polícia Civil ressalta ainda a importância da contribuição da população, via Disque-Denúncia 181. As informações são fundamentais para auxiliar a polícia e o anonimato é totalmente garantido. As informações ao DD ainda podem ser enviadas via redes sociais e pelo App 190 ES, gerando ainda mais discrição, visto que o cidadão não precisa telefonar para repassar as informações", destacou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Justiça (Sejus), que administra os presídios capixabas, reafirmou que a suspensão das visitas íntimas e sociais, até pelo menos o dia 31 de julho, é um das medidas de prevenção e controle da doença. "A mudança no procedimento é analisada de acordo com o cenário e de forma gradativa a fim de preservar a saúde de todos os envolvidos no sistema prisional", destacou a pasta.
A Sejus disse ainda que preza pela segurança e ordem nas unidades prisionais e que conta com uma Diretoria de Inteligência Prisional que atua em parceria com os demais grupos de inteligência das forças de segurança no Espírito Santo para coibir ocorrências incitadas por lideranças criminosas dentro e fora das unidades.
A Secretaria garantiu também que a alimentação ofertada nas unidades é baseada em padrões de qualidade, elaborada e supervisionada por nutricionistas, seguindo rígido controle de fiscalização. "Destaca ainda que não comunga com práticas de tortura de qualquer natureza e que tem como princípio o respeito aos direitos humanos. Denúncias de agressão cometida nas unidades podem ser encaminhadas à Corregedoria para devida apuração dos fatos", finalizou a Sejus.
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