“De novo?”. Essa foi a indagação feita por um idoso de 72 anos a policiais civis ao ser preso pela segunda vez com conteúdo de pornografia infantil. A prisão aconteceu nesta terça-feira (6), em Vitória, durante a Operação Luz na Infância, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Foram cumpridos 125 mandados de busca e apreensão em quatro países e, a maioria, em 18 Estados brasileiros – dois deles no Espírito Santo. Até o momento, 42 pessoas foram presas em flagrante, uma no Estado.
Os dois mandados no Espírito Santo foram cumpridos em Vitória. Em uma das residências, a Polícia Civil não encontrou um dos suspeitos e a investigação vai seguir para identificá-lo.
Na segunda residência, a polícia encontrou o idoso de 72 anos, que, ao ser abordado, indagou: “De novo?”. Isso porque ele já havia sido preso em 2018 pelo mesmo crime e ainda responde ao processo criminal.
“Fica aqui, inclusive, nossa crítica em relação à lei. É uma pena baixa, de até quatro anos, com direito a fiança. No nosso entendimento, deveria ser considerado crime hediondo. O pedófilo às vezes é preso e solto pela porta da frente. É preciso uma lei mais rígida. É uma consequência gravosa tanto para crianças que estão ali nas imagens, quanto para as que são abusadas, e também o entorno escolar e familiar que são afetadas. Pedófilos serão presos”, afirmou o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.
Na casa do suspeito de 72 anos, a polícia encontrou aparelhos eletrônicos com material de exploração e abuso infantil. Ele foi preso em flagrante pelo artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, que descreve o crime de aquisição de pornografia infantil. O estatuto prevê pena de um a quatro anos de reclusão e multa. Foi arbitrada uma fiança de 50 salários mínimos (aproximadamente R$ 60 mil) e, como não pagou, o acusado foi encaminhado ao Centro Triagem de Viana.
“Causou certa surpresa na polícia considerando a idade do indivíduo, a gente imagina que nem vai ter habilidade e entendimento na rede de computadores, um padrão que verificamos cotidianamente, mas ele sabia pesquisar termos em inglês relacionados a abuso e exploração infantil, inclusive falou com os policiais alguns dos termos, e com base nisso fazia pesquisa sobre esse tipo de material”, relatou o delegado.
O delegado ainda frisou que essas operações, são resultados de treinamento entre órgãos governamentais norte-americanos, além de organizações sem fins lucrativos que combatem a pedofilia ao redor do mundo. “Esse tipo de treinamento é importante para a Polícia Civil porque nos permite procurar esses pedófilos online”, destacou Brenno Andrade.
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