Armas, munições, carros e bolsas de luxos, lanchas e até cavalos foram apreendidos durante a Operação Alapar, deflagrada pela Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, nesta quinta-feira (31). Entre os veículos apreendidos estão Porsche e Jaguar, com valores de R$ 400 mil a mais de R$ 1 milhão.
Um empresário, de 44 anos, que não teve o nome divulgado, foi preso em Santa Teresa, região Serrana do Espírito Santo, suspeito de ser o chefe de uma associação criminosa envolvida em esquema de criação de empresas de fachada em nome de “laranjas”, utilizadas para envio irregular de dinheiro ao exterior, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, empréstimos bancários fraudulentos e fraudes em dispensas de licitações e contratos públicos.
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em cidades do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - sendo 13 somente no Estado.
Conforme apuração do repórter Diony Silva, da TV Gazeta, a Polícia Federal realizou cumprimento de mandado na casa do empresário na Praia do Canto, em Vitória, no entanto, ele não foi encontrado no local.
O suspeito foi localizado em Santa Teresa, onde acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma. Com ele, os policiais federais apreenderam sete armas irregulares.
De acordo com superintendente da PF do Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, o empresário responde por outros crimes financeiros desde 2010, sendo que já havia sido condenado.
A organização criminosa criava empresas de fachada, se utilizavam de laranjas. Essas instituições criavam contratos de câmbio fraudulentos para mandar dinheiro para o exterior.
“Além disso, eles subornaram funcionários de bancos para conseguir empréstimos que não eram pagos posteriormente ou para licitar e não entregar o bem comprado pelo serviço público”, explicou Eugênio Ricas.
No Rio de Janeiro, uma mulher foi presa com uma arma de fogo com numeração raspada. A Polícia Federal continua as investigações para localizar, também, a participação de suspeitos que aceitavam ser “laranjas” em troca de mesadas.
“Eram laranjas conscientes, ou seja, emprestavam os nomes e em troca ganhavam uma mesada de mil, dois mil. Pouco dinheiro para o risco e consequência criminosa. Esse tipo de organização criminosa, serve inúmeras outras organizações, não ficou evidente nessa investigação, mas traficantes de drogas, traficantes de armas e exploradores sexuais se valem desse tipo de esquema para mandar dinheiro para o exterior", afirmou o superintendente.
A Polícia Federal pediu a prisão preventiva do empresário à Justiça. Ele pode responder por associação criminosa, evasão de divisas, sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, corrupção e porte ilegal de arma.
“A gente não vai conseguir vencer o crime organizado simplesmente prendendo as pessoas e realizando mandados de busca e apreensão. É imprescindível que a gente identifique o patrimônio para tomar o patrimônio dessas pessoas. A gente consegue zerar as contas correntes, seja desse criminoso financeiro ou do traficante, ele não tem mais condições de continuar atuando no mundo do crime.”
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