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Defensoria Pública questiona PM sobre abordagem a criança na Serra

Defensoria Pública questiona PM sobre abordagem a criança na Serra

Órgão tomou conhecimento da situação pela imprensa e oficializou pedido ao comando-geral da Polícia Militar de informações e documentos sobre o caso. Menino de 7 anos foi abordado por policiais armados no bairro Planalto Serrano, na sexta-feira (16)

Publicado em 20 de julho de 2021 às 19:27

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Sede da Defensoria Pública estadual
Sede da Defensoria Pública Estadual. (Divulgação/Defensoria Pública)

Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES) pediu explicações à Polícia Militar nesta terça-feira (20)  sobre a abordagem feita a um menino de sete anos na última sexta-feira (16). O caso aconteceu no bairro Planalto Serrano, na Serra. Os pais da criança foram detidos após questionarem os policiais sobre a abordagem.

Segundo moradores, a criança estava na rua com um amigo quando os policiais passaram em uma viatura e deram ré para abordar o menino. O casal e outros moradores do bairro disseram que os policiais apontaram a arma para o menino durante a abordagem. À reportagem de A Gazeta, a DPES relatou que pediu o Boletim Unificado e outras informações à PM.

De acordo com o defensor Renzo Gama, do Núcleo da Infância e Juventude, a defensoria tomou conhecimento do ocorrido pela imprensa e oficializou um pedido ao comando-geral da Polícia Militar de informações e documentos sobre o caso. "A ideia é fazer contato com a família para entender o que aconteceu e, enfim, acompanhar o desfecho dessa história", disse.

LINHAS DE ATUAÇÃO

O defensor explica que a defensoria tem algumas linhas de atuação possíveis, como acompanhar o eventual processo na corregedoria, se for aberto pela família, inquéritos policiais possíveis em relação aos pais, que possam estar sendo criminalizados pelo ocorrido e, principalmente, atuar em favor da criança.

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Não lembro de ter visto algo sequer parecido com isso. É algo que chama atenção em razão dessa excepcionalidade

Renzo Gama
Defensor público do Núcleo da Infância e Juventude
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"Tratamos este caso como possível violência institucional. Infelizmente, são casos corriqueiros, não é algo raro, não. Mas confesso que uma abordagem policial com arma em punho a uma criança de sete anos... Não lembro de ter visto algo sequer parecido com isso. É algo que chama atenção em razão dessa excepcionalidade", detalhou o defensor.

O QUE FAZER EM CASOS SEMELHANTES?

Questionado sobre como a vítima de possível violência institucional deve agir, Renzo reforça que o indicado é que a ocorrência seja registrada na corregedoria do órgão. "Assim, a Defensoria acompanha a eventual responsabilização criminal, ação de indenização, entre outros. A DPES também pode representar contra o poder público, seja Estado ou município", disse.

Ele finaliza esclarecendo que o ideal é que, se for algo relacionado à criança ou adolescente, a vítima deve também procurar o Núcleo da Infância da DPES. "Se for relacionado a adultos, procurar o Núcleo de Direitos Humanos. São órgãos diferentes com diferentes acompanhamentos", finalizou o defensor público.

VÍDEO MOSTRA PRISÃO DE CASAL

O casal foi detido após questionar os policiais sobre a abordagem ao filho de sete anos, no bairro Planalto Serrano, na Serra. Ao presenciar a situação, a mãe do menino teria questionado os policiais. Logo depois, o pai do menino e marido da mulher saiu de casa para saber o que estava acontecendo. 

Um vídeo mostra o momento da prisão do casal e é possível ouvir o choro da criança e os gritos dos moradores. Uma moradora, que estava na porta da igreja presenciou tudo e disse que a ação dos militares foi bastante agressiva. (Veja abaixo)

O QUE DIZ A PM

Acionada pela reportagem de A Gazeta, a Polícia Militar informou que ainda não recebeu nenhum pedido oficial por parte da Defensoria Pública do Espírito Santo. Apesar disso, a Defensoria confirmou que enviou um ofício ao comando-geral por e-mail nesta terça-feira (20).

Em nota, a PM ainda disse que os pais da criança abordada foram autuados pela autoridade de Polícia Judiciária na Delegacia Regional de Serra por crime de opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio cuja sanção prevista no artigo 329 do Código Penal é de detenção, de dois meses a dois anos.

A Polícia Militar informa que qualquer pessoa que se sinta prejudicada com a atuação de militares durante o atendimento de uma ocorrência, poderá procurar a Corregedoria para formalizar uma reclamação.

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