Café, azeite e agora sabão em pó falsificado. Não bastassem os preços absurdos na hora de fazer as compras nos supermercados, os consumidores agora lidam cada vez mais com produtos falsificados à venda nas gôndolas. A falsificação da vez é o sabão em pó da marca OMO, líder do mercado em vendas no país. Nesta terça (15), aproximadamente 23 mil caixas do produto foram recolhidas pela Delegacia de Defesa do Consumidor em estabelecimentos da Grande Vitória.
Os produtos falsificados foram encontrados em comércios de Vitória, Vila Velha e Cariacica, sendo que o volume total em quilos do sabão falsificado é de 25 toneladas. Na manhã desta quarta-feira (16), o delegado Eduardo Passamani, da Decon, deu detalhes de como a polícia identificou o sabão em pó falso no ES e ratificou que a OMO e os supermercados onde as caixas foram recolhidas também são vítimas dos golpistas.
"Na verdade, começou em Minas (Gerais) onde descobriu-se a falsificação em alguns estabelecimentos comerciais. O avançar das investigações indicaram que duas redes de supermercados com filiais no Espírito Santo estavam comercializando este produto falso. Ao tomarmos ciência, foi feito contato com a Polícia Civil de Minas e houve o compartilhamento de informações. Com base nelas, fizemos uma fiscalização na data de ontem nos estabelecimentos aqui na Grande Vitória e encontramos dois lotes (42E e 45E) falsificados sendo comercializados nas redes Mineirão Atacarejo e EPA Supermercados. Mas é o consumidor que sai como prejudicado final deste esquema", salientou Passamani à TV Gazeta.
O delegado disse ainda que, quem comprou produtos dos lotes falsificados, pode procurar as redes citadas para trocar o sabão em pó, visto que as duas redes já foram notificadas pela Decon para agilizarem a substituição. As caixas falsificadas continham duas pesagens - 800 gramas e 1,6 quilo.
Embora visualmente idênticas, as embalagens entre o produto original e o falsificado tem diferenças sutis, mas que ajudam o consumidor a identificar qual o sabão em pó é verdadeiro. A principal delas está na impressão do lote no espaço dedicado ao mesmo. Enquanto no falsificado o processo é feito diretamente na caixa e com baixa qualidade impressa, na caixa original a marcação é feita a laser e com pequenas ranhuras detectáveis ao tato.
"Passando a unha sobre a caixa falsa, o consumidor vai notar que a tinta sai e é bem liso. Na falsa também, a caixa é fechada com cola quente. No original, quando abrir a embalagem, poderá ver que o fechamento é feito com fitas horizontais específicas para este tipo de caixa. Nesse método, a vedação é melhor e o produto não cai se agitado. Na caixa falsa, com cola quente, isso não ocorre e o produto vaza. Esse teste pode ser feito na hora da compra no supermercado", complementou o delegado da Decon.
Com a retirada das caixas falsas de circulação, a Delegacia do Consumidor agora foca em identificar os falsificadores. Até o momento nenhum envolvido foi preso pelas falsificações do sabão em pó OMO.
Proprietária da marca comercial OMO, a Unilever disse, em nota, que acompanha de perto o andamento das investigações e colabora com a polícia para que o golpe à empresa e ao consumidor não volte a se repetir. Além disso, a multinacional reforçou dicas para que os compradores identifiquem um produto suspeito de falsificação.
Em resposta, o grupo comercial que responde pelo Mineirão Atacarejo e EPA Supermercados disse que também colabora e se coloca à disposição da polícia para o esclarecimento dos fatos e a identificação dos criminosos envolvidos.
"Estamos colocando todas as nossas lojas, documentos, notas fiscais, tudo que é possível para ajudar a polícia. Fomos surpreendidos também. Assim que foram detectados esses lotes irregulares, passamos a atuar em conjunto com as autoridades para que possamos chegar aos criminosos. Os prejudicados são os nossos clientes, que são de suma importância para nós, afinal são eles que fazem a nossa empresa existir. Estamos à disposição para ajudar a localizar os criminosos", detalhou Roberto Gosende, diretor da DMA Distribuidora.
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