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Depois de ataque a escolas no ES, adolescente voltou para casa e almoçou

Depois de ataque a escolas no ES, adolescente voltou para casa e almoçou

Durante a manhã de sexta (25), o pai e a mãe saíram juntos para fazer compras. Segundo a polícia, adolescente aproveitou momento para pegar as armas, vestir a roupa e sair com o carro da família

Publicado em 28 de novembro de 2022 às 12:03

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Atirador tinha suástica nazista e usou arma do pai policial militar em ataques em Aracruz
Atirador tinha suástica nazista e usou arma do pai policial militar em ataques em Aracruz. (Reprodução)

adolescente de 16 anos que foi o responsável por invadir e atacar duas escolas de Coqueiral de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na última sexta (25), voltou para casa e ainda teve tempo de almoçar antes de confessar o crime para os policiais e ser encaminhado à delegacia. O ataque a tiros terminou em quatro pessoas mortas e mais de 10 feridos, alguns ainda internados.

O caminho feito pelo adolescente, desde que saiu de casa até a prisão, foi detalhado em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (28). Policiais militares e civis, além do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal, estiveram reunidos para atendimento à imprensa e relataram como foi a ação do atirador.

A preparação do adolescente envolveu a saída dos pais. Durante a manhã de sexta (25), o pai e a mãe saíram juntos para fazer compras. Foi o momento, segundo a Polícia Civil, que o adolescente aproveitou para se vestir com a roupa camuflada, pegar as armas e sair de carro. Por ter 16 anos, ele não tinha carteira de habilitação, mas a polícia não detalhou como ele aprendeu a dirigir.

Após os ataques a duas escolas, separadas por cerca de 1 km, o adolescente voltou para casa. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, delegado André Jaretta, ele devolveu as armas para o mesmo local da casa onde estavam e tirou a roupa usada no crime.

"Ele retornou para casa, pegou todos os objetos e coloca nos devidos lugares. A ideia era que os pais não desconfiassem. E ele ficou no interior da casa como se nada tivesse acontecido", detalha o delegado.

Ainda segundo Jaretta, ele agiu naturalmente após a chegada dos pais e ainda teve tempo de almoçar. Houve ainda um momento em que os pais abordaram o assunto, mas o delegado afirmou que ele se fez de desentendido.

Aspas de citação

Os pais chegaram na casa e ele reagiu naturalmente. Os pais já sabiam dos ataques e até comentaram com ele. Mas ele se fez de desentendido. Como uma rotina comum, ele chegou a almoçar e todos foram para outra casa, onde a polícia apreendeu o adolescente

Delegado André Jaretta
Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz
Aspas de citação

Dentro da residência, o adolescente chegou a negar que teria cometido o crime. Mas ainda dentro de casa e na presença de policiais, dos pais e de um juiz de direito, ele acabou confessando que entrou atirando nas duas escolas. O adolescente foi apreendido horas após os ataques, ainda na tarde de sexta (25).

Na ordem, o adolescente fez o seguinte trajeto:

  1. Estava em casa sozinho, quando vestiu a roupa camuflada, pegou as armas e utilizou o segundo carro da família. Primeiro, ele foi em direção à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti.
  2. Depois de sair da escola estadual, onde estudou até julho deste ano, o adolescente foi ao Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).
  3. Após os dois ataques, ambos feitos na manhã de sexta (25) e utilizando o carro da família, o adolescente voltou para casa. Ele tirou a roupa usada, guardou as armas e retirou o papel que impedia a leitura das placas do veículo.
  4. O adolescente teve contato com os pais e ainda almoçou normalmente.
  5. Os pais e o adolescente foram para a segunda casa da família, em um local mais afastado, onde eles mantinham criações. Lá ele foi apreendido pela polícia e confessou o crime.
  6. O adolescente foi levado para a delegacia, mas ainda foi para a primeira casa, onde a polícia coletou as armas e objetos utilizados.

Adolescente usou armas do pai em ataques

O ataque a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, tirou a vida de quatro pessoas e deixou mais de 10 feridos na manhã de sexta-feira (25). O atirador, que é um adolescente de 16 anos, conseguiu se deslocar por cerca de um quilômetro entre as duas escolas e fazer novas vítimas antes mesmo que a informação sobre o ataque à primeira unidade de ensino viesse à tona.

A pistola utilizada pelo atirador contra as vítimas da Escola Primo Bitti é de propriedade do Estado e estava à disposição do pai dele, que é policial militar. Após cometer os crimes, o atirador saiu correndo pelo portão da escola particular, entrou no carro e fugiu em direção à orla de Coqueiral de Aracruz. Posteriormente, a partir das imagens do cerco inteligente do município, foi possível verificar que o destino do assassino era uma casa na mesma região.

Após cercar a área, a polícia aguardou, de acordo com a Polícia Civil, por um amparo jurídico para que pudesse entrar na residência. Em depoimento, o adolescente informou que planejava atacar escolas havia dois anos. O motivo, no entanto, não foi esclarecido até o momento.

Depois de ataque a escolas no ES, adolescente voltou para casa e almoçou

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