Um homem de 65 anos foi morto após ter sido espancado dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Marataízes, no Sul do Estado, na manhã desta sexta-feira (19). Segundo o delegado Djalma Pereira, os autores do assassinato são os suspeitos que foram presos na última segunda-feira (15), por um crime em Rio Novo do Sul, no dia 9 de agosto, no qual um homem foi encontrado morto com as mãos e os pés amarrados.
O delegado informou, ainda, que a vítima deu entrada na quinta-feira (18) no sistema prisional por descumprir uma medida protetiva que tinha de uma sobrinha.
De acordo com Djalma Pereira, por causas ainda desconhecidas, o homem foi agredido até a morte por dois detentos que dividiam a cela com ele. Os suspeitos foram autuados por homicídio triplamente qualificado e permanecem detidos no CDP. Já o corpo da vítima foi encaminhado para o Serviço Médico Legal de Cachoeiro de Itapemirim.
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil (PC), um dos suspeitos contou à polícia que matou a vítima com as próprias mãos com a ajuda de outro interno. “E que ao perceber que o ‘coroa’ ainda não havia morrido, tentou arrancar os olhos da vítima com as próprias mãos”, informou.
O suspeito também relatou qual teria sido o motivo do homicídio. “Se deu em razão de semanas atrás, os dois estavam detidos na mesma data na delegacia, oportunidade em que o homem teria dito que estava preso por ter estuprado uma criança”, divulgou o boletim.
A Secretaria da Justiça (Sejus) disse, em nota, que o interno foi encontrado morto na cela. “A Polícia Civil foi acionada para realização da perícia e apuração do caso. Internos que compartilhavam a mesma cela com a vítima também foram ouvidos”, pronunciou a pasta estadual.
A Sejus também comunicou o fato aos órgãos que compõem o sistema de justiça, como o Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública Estadual.
Na última segunda-feira (15), durante uma operação realizada por policiais civis e militares no bairro Santo Antônio, em Rio Novo do Sul, os dois suspeitos de terem cometido um homicídio ocorrido no último dia 9 de agosto, em que um homem foi encontrado morto, com as mãos e os pés amarrados, além de ferimentos de corte no pescoço, dentro da casa que morava, foram presos.
A equipe policial, conforme divulgou a Polícia Civil, recebeu informações de que um grupo de pessoas estaria no alto do morro do bairro portando arma de fogo e comercializando entorpecentes.
“Segundo as informações, esse mesmo grupo de pessoas, além de serem responsáveis pelo tráfico no local, seriam também os autores de um homicídio ocorrido no último dia 9 de agosto, quando um homem foi amarrado e assassinado com um corte no pescoço. A motivação do crime seria a guerra do tráfico de drogas”, disse a PC.
O responsável pela Delegacia de Polícia (DP) de Rio Novo do Sul, delegado Luiz Carlos Claret Pascoal explicou o que aconteceu.
“Em um determinado momento, dentro do quintal de uma residência, foi avistado um homem de 30 anos e duas mulheres de 18 e 31 anos. A suspeita de 31 anos foi reconhecida pelos policiais militares por ter um mandado de prisão em desfavor dela. Ao tentarmos abordá-las, as suspeitas permaneceram paradas e foram detidas. Porém, o homem que estava com elas tentou evadir-se, vindo a cair e sofrendo pequenas escoriações. Ele logo foi alcançado e detido”, explicou o delegado.
Segundo a polícia, ao ser detido, o suspeito de 30 anos tentou enganar os policiais apresentando outro nome, confessando também que em desfavor dele tinha um mandado de prisão em aberto.
“Com as mulheres, nada de ilícito foi encontrado. Com o homem, foi encontrada uma chave, que, ao ser perguntado pelos policiais, ele informou ser de um cômodo de uma casa onde estava trancado. No interior desta residência, estava o dinheiro da venda dos entorpecentes, três pinos de cocaína, pedra de crack, bucha de maconha e carregador de metralhadora, calibre. 380 municiado com 23 munições”, listou.
O delegado também disso que o suspeito confessou o crime. "O suspeito de 30 anos confessou ter matado um homem, na terça-feira (9), informando que o seu comparsa, de 36 anos, estaria com a metralhadora usada no crime. Com essas informações, conseguimos localizar e abordar o homem de 36 anos, e o mesmo apontou ter escondido a arma no meio das bananeiras, no meio do mato, guiando os policiais até o local onde a arma foi encontrada com mais um carregador, municiado com 23 munições", contou Pascoal.
A mulher de 31 anos e o homem de 30 anos eram foragidos do Sistema Prisional. "Eles tiveram o benefício da ‘saidinha’ e não retornaram ao presídio para cumprir a pena. As equipes policiais, ao consultarem os antecedentes criminais do suspeito, constataram que ele tinha 41 passagens de homicídios qualificados", acrescentou o delegado.
Os dois homens de 30 e 36 anos foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisório de Marataízes (CDPM). Já as duas mulheres, de 18 e 31 anos, foram conduzidas para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim, ficando à disposição da Justiça.
Na tarde deste sábado (20), a Secretaria da Justiça informou que "os internos foram transferidos do Centro de Detenção Provisória de Marataízes para unidades na Grande Vitória a fim de resguardar a integridade física deles e também para que os fatos sejam apurados adequadamente".
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