Um dos diretores da Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus) foi detido no fim da tarde do último domingo (30), data da eleição, após resistir à uma abordagem durante apuração de denúncia de boca de urna próximo a um local de votação, na Serra. No carro dele, a Polícia Militar encontrou material de campanha do governador Renato Casagrande (PSB), reeleito em segundo turno.
De acordo com o registro do boletim de ocorrência, feito pela Polícia Militar, Sóstenes Araújo, que é diretor da Escola Penitenciária (Epen), resistiu à abordagem. Ele teria usado tom agressivo, ameaçado os policiais e teria dito que eles estavam cometendo “abuso de autoridade” e que a ação era “uma palhaçada”.
O relato aponta que testemunhas no local afirmaram que ele estaria fazendo boca de urna, ato proibido pela Justiça Eleitoral no dia da votação. Esse tipo de propaganda é feita geralmente por cabos eleitorais para pedir votos para determinado candidato.
A boca de urna é proibida para impedir que o eleitor sofra qualquer coação ou pressão no momento em que vai votar.
O documento de registro da ocorrência, feito na 14ª Companhia Independente da PM, em Feu Rosa, na Serra, relata que os militares receberam a informação de que estaria acontecendo boca de urna a um local próximo à escola Marinete de Souza Lira, no bairro Feu Rosa.
Ao perceber a abordagem, diz o boletim, Sóstenes teria ido até um carro e deixado objetos dentro dele. Após discussão, e de ter informado que era advogado, o diretor foi levado pelo pai para a sede do 14ª Cia. Independente.
Foram feitas buscas no veículo dele, onde foi encontrada uma pistola registrada carregada e 29 cartões de divulgação de campanha do governador Renato Casagrande (PSB).
Só após ser informado do material encontrado, Sóstenes teria se identificado como policial penal e diretor da Epen.
Como não era possível prendê-lo, já que a ação foi registrada como desacato, o acusado se comprometeu a comparecer a uma audiência na 2ª Vara da Família da Serra no próximo dia 18 de novembro. Em seguida, foi liberado.
A Gazeta tentou contato com Sóstenes Araújo e também questionou a Secretaria de Estado da Justiça se alguma providência seria tomada. Contudo, não houve resposta do diretor, mas a pasta estadual respondeu apenas na manhã desta terça-feira. Segundo a nota, o servidor estava de folga e usando veículo particular. "A secretaria esclarece que policiais penais podem utilizar armamento dentro e fora das unidades, por meio de cautela individual. A Corregedoria acompanha o caso", complementou.
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