A Secretaria de Estado da Justiça instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra uma diretora adjunta e inspetora penitenciária da Escola Penitenciária do Espírito Santo (Epen), que funciona no Complexo de Viana, para investigar o furto da arma dela dentro das dependência da escola. A arma de fogo da servidora foi furtada por Pedro Henrique Farias de Souza, de 21 anos, durante uma fuga, no dia 20 de janeiro.
Após a fuga, Pedro Henrique fez um homem refém por quase duas horas em Cariacica.
A decisão foi publicada no Diário Oficial no dia 16 de março. O PAD tem objetivos de apurar eventuais responsabilidades administrativas.
Segundo a Sejus, o processo foi instaurado para apurar o suposto furto da arma, que estava devidamente guardada, nas dependências da Epen.
“A instauração do PAD é uma forma de garantir o respeito aos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal”, disse a secretaria por meio de nota.
A servidora permanece exercendo as funções normalmente na unidade. O nome dela não está sendo divulgado porque a investigação ainda está em fase inicial.
O fugitivo Pedro Henrique Farias de Souza, de 21 anos, causou uma manhã de terror em Cariacica, na Grande Vitória, quando fez um homem refém durante quase duas horas, no dia 21 de janeiro, um dia após fugir Escola Penitenciária do Espírito Santo (Epen). Além do sequestro, ele cometeu uma série de roubos após a fuga.
Os roubos começaram em uma loja de estética automotiva na manhã do dia 20 de janeiro. Em imagens (veja abaixo) dá para ver o momento que Pedro Henrique começa a sacar a arma para anunciar o assalto.
"Ele já puxou a arma, engatilhou, rendeu meu esposo e pediu o carro. Nisso, ele já entrou no carro, levou nosso telefone e o veículo e saiu do local", relatou a dona no estabelecimento.
A comerciante também contou que Pedro Henrique demonstrava muita pressa para fugir, e pediu ajuda para ligar o carro. Dentro do veículo havia material de trabalho do casal avaliado em cerca de R$ 6 mil.
"Nossos equipamentos de trabalho estavam dentro do veículo, então nosso desespero foi maior ainda por causa disso. Mas, graças a Deus, ele não levou nossos equipamentos", contou a comerciante.
O fugitivo não parou por aí. Por volta de uma hora da madrugada do dia 21 de janeiro, Pedro Henrique invadiu a casa de uma família. Armado, ele fez um homem refém na presença da esposa e da filha de apenas seis meses.
"Ele entrou na minha residência pela janela do meu quarto. Eu o acalmei, pedi ele para acalmar falando com ele 'fica tranquilo porque eu não vou fazer nada', porque você esta com uma criança de seis meses do seu lado, a sua esposa, a primeira coisa que você pensa é na sua família", falou a vítima.
Com a arma apontada para a cabeça da vítima, ele sequestrou o homem, roubou o carro e obrigou o refém a dirigir até o bairro Alzira Ramos, onde a vítima foi abandonada.
Já pela manhã, após assaltar uma padaria e uma clínica, Pedro Henrique fez outro homem refém na Avenida Expedito Garcia, em Cariacica.
Policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME), negociadores e atiradores de elite foram chamados. Depois de quase duas horas, o refém foi liberado e o fugitivo se entregou.
Pedro Henrique cumpria pena na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo (Paes), unidade de regime semiaberto, e trabalhava na Escola Penitenciária (Epen).
De acordo com a Secretaria de Justiça do Espírito Santo, na sexta, o preso teria furtado uma arma, devidamente guardada, e fugido da Escola Penitenciária (Epen), que funciona no Complexo de Viana.
Segundo a Sejus, o homem estava preso desde o dia 31 de março de 2020 pelo artigo 157 do Código Penal (furto e roubo).
A Polícia Civil informou que o suspeito foi conduzido à Delegacia Regional de Cariacica, foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, ameaça, posse de drogas para consumo próprio. Ele será encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
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