A disputa entre duas funerárias foi a motivação para o assassinato de Rogério Teixeira de Carvalho, de 32 anos, em março de 2018. Dono de uma empresa do ramo, ele foi morto em uma emboscada preparada por concorrentes, em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. As investigações começaram na época do crime e os suspeitos foram detidos recentemente.
As investigações feitas pela Polícia Civil apontaram que a empresa que pertencia a Rogério havia vencido uma licitação para serviços funerários da Prefeitura de Marilândia, também no Noroeste do Estado. Na ocasião, o estabelecimento da vítima apresentou um valor 60% inferior ao da proposta dos concorrentes. Isso teria gerado desavenças entre eles.
Inconformados com a situação, os sócios planejaram a morte de Rogério. Na noite de 29 de março de 2018, a vítima recebeu uma ligação de um homem, que se passou por familiar de uma pessoa que havia falecido na Santa Casa de Misericórdia e precisava dos serviços da funerária de Rogério. (Veja vídeo que mostra o momento do crime)
Ao chegar à unidade para recolhimento do corpo, Rogério se dirigiu à suposta pessoa com quem havia mantido contato e acabou sendo morto com sete disparos de arma de fogo, todos eles à queima-roupa. Segundo a polícia, a pessoa que teve a função de atrair a vítima até o local do crime foi o oficial de justiça José Carlos Liquis Pereira, de 42 anos. Ele foi preso nesta semana.
Ainda segundo as investigações, o suspeito de ter atirado em Rogério é Droysen Fieni. Ele é um dos donos da funerária concorrente e está preso desde março deste ano. O sócio dele, Rodolfo Carlos Oliveira da Fonseca, também está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina. Segundo a polícia, um ex-funcionário da funerária é quem teria levado o suspeito até o local do crime. Ele chegou a ser preso, mas atualmente está em liberdade.
As investigações duraram três anos. Além de depoimentos, a Polícia Civil usou imagens de câmeras de segurança, dados de torres de telefonia e informações de contas de e-mails. Com as prisões, o caso já está sendo encerrado para ser enviado à Justiça.
A polícia informou que deve ouvir mais duas pessoas e depois encaminhar o caso para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
Em contato com a reportagem de A Gazeta, a defesa de José Carlos Liquis Pereira informou que o oficial de justiça não participou do crime e vai provar sua inocência no decorrer do processo. Os advogados dos dois empresários foram procurados, mas não retornaram os contatos.
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