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Divisão de homicídios passa a investigar explosão de carro que matou empresário no ES

Divisão de homicídios passa a investigar explosão de carro que matou empresário no ES

Ricardo Portugal morreu há quase dois anos após o carro que ele estava dirigindo explodir em Bairro República, Vitória; caso deixou de ser investigado como acidente

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 07:26

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Morte de empresário em explosão de carro será investigada como homicídio
Morte de empresário em explosão de carro será investigada por divisão de homicídios. (Montagem A Gazeta | Carlos Alberto Silva)

morte do empresário Ricardo Portugal Moura Guedes, em 30 de outubro de 2020 – após o carro dirigido por ele explodir quando trafegava na Avenida Adalberto Simão Nader, no Bairro República, na Capital – passou a ser investigada pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória. Como antecipado por A Gazeta, o caso deixou de ser investigado como acidente e foi retirado da competência da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT)

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado à DHPP de Vitória. "O inquérito policial foi recebido na segunda-feira (7) e, após ciência do andamento da investigação, serão determinadas diligências visando a conclusão da investigação", informou a corporação. 

A mudança nos rumos da investigação, dois anos após a morte do empresário, se dá porque a Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT) concluiu que explosão do Jeep Compass ocorreu por um "fator externo" e não pelo veículo em si. A informação foi levantada em primeira mão por A Gazeta junto ao delegado-geral da Polícia Civil no Estado, José Darcy Arruda, no mês passado. 

Titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT), o delegado Maurício Gonçalves – que era responsável pelo caso – deixou a atribuição e a investigação foi encaminhada à corregedoria da corporação para ser redistribuída. O órgão, responsável por fazer o controle e a distribuição de processos, encaminhou o inquérito para a DHPP de Vitória. 

A explosão completou dois anos no dia 30 de outubro. Desde então, as circunstâncias que provocaram o incêndio do veículo, na Avenida Adalberto Simão Nader, bem perto do acesso ao aeroporto, são um mistério, uma vez que o inquérito policial foi colocado em sigilo.  O fato confirmado, até agora, é que o incêndio não ocorreu pelo próprio veículo, mas sim por outros fatores.

Os fatores externos tratados pela Polícia Civil dizem respeito a algum objeto que estava dentro do veículo, podendo ter sido uma tentativa de suicídio ou um homicídio. A DHPP será a responsável por apontar a circunstância correta. 

Informações disponibilizadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) dão conta de que o caso era tratado como crime contra a incolumidade pública, que significa evitar o perigo ou risco coletivo, tendo relação direta com a garantia de bem-estar e segurança de pessoas indeterminadas ou de bens diante de situações que possam causar ameaça de danos.

Isso significa que, em relação ao veículo do empresário, é como se a explosão do Jeep Compass também oferecesse algum tipo de risco a pessoas, comércios, outros veículos e imóveis próximos ao local onde a mesma ocorreu, além de vitimar o condutor que dirigia o utilitário. Desta forma, a investigação caminha para identificar a natureza da explosão.

TRAJETÓRIA INVESTIGATIVA

Os trabalhos periciais começaram assim que o combate às chamas ao Jeep Compass foi encerrado. De imediato, a possibilidade de explosão de um eventual cilindro a gás foi descartada, visto que o utilitário não era movido por este combustível.  

Durante esse período, a Justiça indeferiu uma solicitação feita pela Fiat Chrysler Automóveis do Brasil, responsável pela marca Jeep, que queria indicar um assistente técnico para o acompanhamento da perícia no veículo. Contudo, posteriormente a juíza Gisele Souza de Oliveira, da 4ª Vara Criminal de Vitória, permitiu que a empresa acompanhasse os trabalhos sem interferir no andamento da perícia.

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Passados 45 dias do incidente, a Polícia Federal chegou a auxiliar nos trabalhos periciais no intuito de encontrar vestígios de materiais que pudessem ter provocado a explosão seguida do incêndio que destruiu completamente o SUV. Quando o incidente completou um ano, a corporação, procurada pela reportagem, explicou que avaliou a ocorrência baseada nos relatos e fotos feitas pelo perito e orientou como efetuar coleta de possíveis vestígios para busca de materiais químicos no local.

"Após a coleta, encaminhamos o material para o Instituto Nacional de Criminalística para análise e busca por resíduos de substâncias químicas possivelmente relacionados ao fato. As análises realizadas não identificaram a presença de explosivos ou resíduos de pós-explosão", detalhou.

Conforme informado pela própria Polícia Federal, o combate ao incêndio pode ter interferido nos vestígios do acidente, já que estes acabaram "lavados" pelo Corpo de Bombeiros para que o fogo fosse apagado.

A reportagem chegou a procurar a empresa responsável pela fabricação do carro Jeep Compass, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA). A companhia respondeu na ocasião que "continua à disposição das autoridades públicas e no aguardo da conclusão do inquérito". A viúva de Ricardo Portugal foi procurada, mas afirmou que não tem interesse em conceder entrevista no momento. 

Empresário Ricardo Portugal, de 38 anos, morreu em acidente de carro
Empresário Ricardo Portugal Moura Guedes, na época com 38 anos, morreu em acidente de carro. (Acervo pessoal)

QUEM ERA O MOTORISTA 

O motorista que dirigia o Jeep Compass que explodiu em movimento, era o empresário Ricardo Portugal Moura Guedes, de 38 anos.

Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A informação foi confirmada pela esposa dele, a economista Cristiane Marba, de 45 anos. Morador da Praia do Canto, na Capital, Ricardo era dono de uma empresa de tecnologia. Ele deixou um filho de 7 anos.

"Não sei nem o que dizer. Ele era um bom amigo, um homem trabalhador, realmente isso ter acontecido foi um susto", desabafou a esposa de Ricardo na época.

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