A Superintendência de Polícia Técnico-Científica do Espírito Santo concluiu a análise do material genético do feto que foi abortado legalmente da criança vítima de estupro do tio, que está preso acusado pelo crime. O resultado, obtido com exclusividade por A Gazeta, revelou que o DNA de ambos é compatível, ou seja, o tio é, de fato, autor do estupro. A análise ficou pronta na última terça.
De acordo com informações da Polícia Civil, na última terça-feira (25), em cinco dias úteis, o resultado do exame foi concluído e encaminhado ao Ministério Público Estadual. A agilidade no resultado deve-se a uma parceria da polícia capixaba com a polícia de Pernambuco. No nordeste foi coletado amostras do material genético da menina e do feto, enquanto no Espírito Santo foi coletado material genético do tio, que está preso. Com o cruzamento das informações foi possível comprovar que o tio estuprava a menina de 10 anos.
"A agilidade desse caso foi possível devido ao material a ser examinado e os tipos de amostras que foram coletadas, com excelente qualidade, que permitiram que o exame pudesse ser muito mais célere. É importante esclarecer que isso influenciou no trabalho, para não haver uma falsa impressão de que passamos esse caso à frente dos demais. Todos os outros estão em andamento no trâmite normal e com grande complexidade", explicou o superintendente de Polícia Técnico-Científica, Renato Kosky Jr.
A polícia não divulgou o resultado do exame, mas A Gazeta conseguiu com exclusividade. Os dados já foram enviados para o Ministério Público do Espírito Santo.
"Todos os protocolos executados aqui no Espírito Santo são os mesmo protocolos realizados em laboratórios do mundo inteiro. São validados pela comunidade científica. Além disso, a gente adota registro de todos os passos realizados no laboratório: como a amostra chega, como ela é processada. Todos os peritos que trabalham no laboratório tem experiência na área. Os exames seguem esses ritos, que garantem a confiabilidade dos exames", afirmou o perito oficial criminal Victor Stange, em entrevista à TV Gazeta.
O crime veio a público no início de agosto, depois de a menina procurar um hospital estadual de São Mateus, com dores abdominais. Exames constataram que ela estava grávida, o que a levou a revelar que era abusada sexualmente pelo tio desde 2016. Ou seja, desde quando ela tinha apenas 6 anos de idade.
Por direito previsto em lei, a menina interrompeu a gravidez, mas em um hospital da cidade de Recife (PE), após recusa do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória, que alegou não ter capacidade técnica de realizar o procedimento. A menina recebeu alta no último dia 19 e já foi acolhida por programas de proteção no Espírito Santo.
Depois de ficar foragido por seis dias, o tio acabou preso na madrugada da terça-feira (18), na casa de parentes, em Betim (MG). Horas depois, ele foi levado ao Departamento Médico Legal (DML) em Vitória; e à noite deu entrada em uma penitenciária do Complexo de Xuri, em Vila Velha.
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