Três suspeitos de atuarem em crimes patrimoniais no Espírito Santo foram presos pela Polícia Civil. A prisão aconteceu na última segunda-feira (15) e foi realizada por equipes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic). Entre os detidos, há um casal – uma doméstica que trabalhava na residência e o marido dela – apontado como responsável por tramar um roubo em que um idoso foi feito refém em casa e teve R$ 200 mil roubados no bairro Mata da Praia, em Vitória, na madrugada do dia 6 de abril.
A Polícia Civil divulgou a informação de que três suspeitos de crimes patrimoniais foram presos, mas apenas dois, de 42 e 38 anos, têm suspeita de relação com a invasão e roubo na Mata da Praia. Há relatos de que ao menos um suspeito estivesse armado na ocasião. De acordo com a corporação, o casal planejava o crime havia dois anos e utilizou informações privilegiadas, uma vez que a mulher conhecia a casa e a rotina da família. Os nomes dos presos não foram informados.
O crime em Vitória ocorreu mediante simulação da suspeita, uma empregada doméstica, ter sido sequestrada. Na época, a casa na Mata da Praia foi invadida por três pessoas, e o idoso de 78 anos foi feito refém.
Os criminosos conseguiram levar R$ 200 mil, uma parte em dinheiro e outra em cheques. Joias também foram levadas. Conforme boletim de ocorrência da Polícia Militar, a funcionária que trabalhava na casa da família contou que havia sido rendida em sua própria residência, em Jacaraípe, na Serra. Ela teria sido levada para a casa da Mata da Praia e afirmou ter sido ameaçada.
Quando chegaram na casa do idoso, a porta foi aberta com a chave da funcionária. Em um intervalo de 30 minutos, os suspeitos ficaram dentro da casa e reviraram o imóvel em busca de bens materiais. Após a fuga dos suspeitos, a Polícia Militar foi acionada por volta das 4h30. No boletim registrado na data do crime, consta que a polícia fez contato com o marido da funcionária da casa invadida. Na época, não foi informado o que ele disse à polícia, mas que houve contradições na declaração.
A Polícia Civil informou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22) que a empregada doméstica não foi sequestrada, como havia sido relatado por ela mesma. A funcionária, por outro lado, sabia de todo o crime e estava planejando a ação havia dois anos com o auxílio do marido.
Ela tinha a chave da casa na Mata da Praia e utilizou as informações sobre a residência e a rotina da família para invadir o local e levar dinheiro, cheques e joias. As contradições apareceram no início das investigações, segundo o chefe da Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), delegado Gianno Trindade.
"Constatamos muitas contradições quando investigamos o crime. Eram fatos não plausíveis. E percebemos que o marido da empregada doméstica esteve na rua da casa da vítima na véspera. O que se tratou de um levantamento", afirmou.
De acordo com o delegado Gianno Trindade, o marido da empregada da doméstica tinha expectativa de encontrar cerca de R$ 5 milhões dentro da casa. Somando o dinheiro e cheques, foram roubados R$ 200 mil — 25 vezes menos que o esperado.
Ainda segundo a polícia, a mulher, que não teve o nome divulgado, tinha a confiança da família. Ela e o marido, responsáveis por terem planejado o crime, moravam em uma casa cedida pela família vítima do roubo e não pagavam aluguel.
Perguntada sobre as investigações, o chefe da DRCCP afirmou que a apuração ainda está em andamento. Os três suspeitos foram presos, mas a Polícia Civil ainda procura uma outra pessoa que teria participado do crime.
Os três presos inicialmente foram autuados por falsa comunicação de crime, já que mentiram à polícia; por roubo triplamente majorado, considerando o uso da arma, invasão da casa e a dinâmica do crime; e por dano qualificado com perigo comum por terem incendiado o veículo utilizado no crime após a fuga. Os três confessaram o crime.
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