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Dono de bar morre após ser baleado na Serra; PM da reserva é suspeito

Dono de bar morre após ser baleado na Serra; PM da reserva é suspeito

Lailton Pereira, de 55 anos, morreu nessa terça-feira (18), dez dias depois de ser baleado no peito; militar aposentado é apontado como autor do disparo após discussão com garçom

Publicado em 19 de abril de 2023 às 11:43- Atualizado há um ano

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Lailton Pereira, de 55 anos, morreu após sofrer um tiro no peito enquanto trabalhava no próprio bar, na Serra
Lailton Pereira, de 55 anos, morreu após sofrer um tiro no peito enquanto trabalhava no próprio bar, na Serra. (Acervo familiar)

Dono de um bar na Serra, o empresário Lailton Pereira, de 55 anos, morreu na noite dessa terça-feira (18) – exatamente dez dias depois de ter levado um tiro no peito, enquanto trabalhava no próprio estabelecimento, em Jacaraípe. O suspeito de ter efetuado o disparo é identificado como sargento Messias, da reserva da Polícia Militar.

A confusão aconteceu no último dia 8 de abril, durante a tarde. Um vídeo mostra quando o policial e um garçom começam a discutir. Logo em seguida, eles se agridem fisicamente, e a vítima aparece para tentar separar a briga. Alguns segundos depois, é possível ouvir o barulho de um tiro e algumas pessoas deixando o local, correndo.

Em entrevista ao repórter Diony Silva, da TV Gazeta, a esposa de Lailton contou que o militar e um amigo ficaram bebendo durante horas no bar, antes de o crime acontecer. “Quando pagaram a conta, ele (policial) pediu mais uma cachaça e um litrão, só que teve uma confusão e ele começou a jogar tudo no chão”, disse Giovana Avancini Feliciano Pereira.

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Como ele é um covarde, foi no carro pegar um revólver e saiu atirando

Giovana Avancini Feliciano Pereira
Esposa do proprietário do bar
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Segundo ela, o alvo do sargento era o garçom. “Quando ele deu o primeiro tiro, meu marido jogou duas cadeiras para apaziguar a situação. Depois, o Lailton pegou uma mesa e foi nessa hora que ele deu o segundo tiro, que pegou na mesa e no peito do meu marido. Ele ainda tem coragem de dizer que foi legítima defesa”, desabafou.

Giovana Avancini Feliciano Pereira, esposa de Lailton Pereira, com uma das balas disparadas na Serra
Giovana Avancini Feliciano Pereira, esposa de Lailton Pereira, com uma das balas disparadas na Serra. (Diony Silva)

De acordo com a mulher, o policial fugiu logo em seguida, dirigindo. A própria Giovana socorreu o marido para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Castelândia. Devido à gravidade do ferimento, ele precisou ser transferido para o Hospital Estadual Doutor Jayme Santos Neves, onde ficou até falecer.

“Infelizmente, esse cara já se envolveu em muita confusão. Ele já foi expulso de vários bares. No meu, há quatro anos, ele brigou por causa de política e chegou a puxar a arma para outro cliente. Nesse dia, tiramos ele de lá”, contou. “Ele sempre andou armado, bêbado e dirigindo, mas a polícia nunca faz nada."

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Eu não tenho palavras para expressar a falta que meu marido vai fazer. A gente tinha uma vida juntos. Agora, eu só quero justiça, porque, com um homem desse solto, estou correndo perigo. O meu garçom até saiu do bar, com medo dele

Giovana Avancini Feliciano Pereira
Esposa do proprietário do bar
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Em nota, a Polícia Militar disse que uma equipe foi acionada, na tarde de 8 de abril, para “verificar uma denúncia de disparo de arma de fogo em via pública” na Serra. No local, “um homem informou que trabalhava em um bar e que um suposto militar da reserva estava no estabelecimento e realizou os disparos”, atingindo o proprietário.

Polícia Civil, por sua vez, informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra. “Até o momento, nenhum suspeito foi detido. Por enquanto, outras informações não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações”, completou.

O que foi questionado por A Gazeta

A reportagem de A Gazeta questionou as corporações se o suspeito chegou a ser localizado e ouvido. Assim como perguntou como o caso é tratado e se um policial militar da reserva é, realmente, apontado como o principal responsável pelo crime. No entanto, nenhuma dessas perguntas foi respondida.

Errata Atualização
20 de abril de 2023 às 07:42

Após esta publicação, a reportagem de A Gazeta confirmou que o policial investigado no caso é identificado como sargento Messias. O texto foi atualizado.

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