Dono de um bar na Serra, o empresário Lailton Pereira, de 55 anos, morreu na noite dessa terça-feira (18) – exatamente dez dias depois de ter levado um tiro no peito, enquanto trabalhava no próprio estabelecimento, em Jacaraípe. O suspeito de ter efetuado o disparo é identificado como sargento Messias, da reserva da Polícia Militar.
A confusão aconteceu no último dia 8 de abril, durante a tarde. Um vídeo mostra quando o policial e um garçom começam a discutir. Logo em seguida, eles se agridem fisicamente, e a vítima aparece para tentar separar a briga. Alguns segundos depois, é possível ouvir o barulho de um tiro e algumas pessoas deixando o local, correndo.
Em entrevista ao repórter Diony Silva, da TV Gazeta, a esposa de Lailton contou que o militar e um amigo ficaram bebendo durante horas no bar, antes de o crime acontecer. “Quando pagaram a conta, ele (policial) pediu mais uma cachaça e um litrão, só que teve uma confusão e ele começou a jogar tudo no chão”, disse Giovana Avancini Feliciano Pereira.
Segundo ela, o alvo do sargento era o garçom. “Quando ele deu o primeiro tiro, meu marido jogou duas cadeiras para apaziguar a situação. Depois, o Lailton pegou uma mesa e foi nessa hora que ele deu o segundo tiro, que pegou na mesa e no peito do meu marido. Ele ainda tem coragem de dizer que foi legítima defesa”, desabafou.
De acordo com a mulher, o policial fugiu logo em seguida, dirigindo. A própria Giovana socorreu o marido para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Castelândia. Devido à gravidade do ferimento, ele precisou ser transferido para o Hospital Estadual Doutor Jayme Santos Neves, onde ficou até falecer.
“Infelizmente, esse cara já se envolveu em muita confusão. Ele já foi expulso de vários bares. No meu, há quatro anos, ele brigou por causa de política e chegou a puxar a arma para outro cliente. Nesse dia, tiramos ele de lá”, contou. “Ele sempre andou armado, bêbado e dirigindo, mas a polícia nunca faz nada."
Em nota, a Polícia Militar disse que uma equipe foi acionada, na tarde de 8 de abril, para “verificar uma denúncia de disparo de arma de fogo em via pública” na Serra. No local, “um homem informou que trabalhava em um bar e que um suposto militar da reserva estava no estabelecimento e realizou os disparos”, atingindo o proprietário.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra. “Até o momento, nenhum suspeito foi detido. Por enquanto, outras informações não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações”, completou.
A reportagem de A Gazeta questionou as corporações se o suspeito chegou a ser localizado e ouvido. Assim como perguntou como o caso é tratado e se um policial militar da reserva é, realmente, apontado como o principal responsável pelo crime. No entanto, nenhuma dessas perguntas foi respondida.
Após esta publicação, a reportagem de A Gazeta confirmou que o policial investigado no caso é identificado como sargento Messias. O texto foi atualizado.
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