A arma que foi roubada do agente penitenciário Rodrigo Figueiredo da Rosa, durante uma tentativa de latrocínio no último domingo (10), no Morro do Moreno, em Vila Velha, foi encontrada pela polícia com um comerciante. O homem, de 28 anos, é proprietário de uma loja de celulares e foi preso pela polícia em Porto Novo, Cariacica.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra Estabelecimentos Comerciais (DECCE), delegado Gabriel Monteiro, a polícia chegou até o homem na manhã desta terça-feira (12), depois de receber uma denúncia. No momento da abordagem, o homem tentava vender a arma por R$ 10 mil para traficantes.
"Ontem (terça) de manhã recebemos uma informação importante que corroborou com as nossas investigações. Conseguimos pegar o receptador da pistola do agente da Sejus. Era um comerciante e criminoso. No momento da abordagem, ele estava negociando essa arma com traficantes da região de Cariacica. Quando abordamos ele, o traficante tentou esboçar reação de sacar uma arma, foi necessário alguns disparos, mas o traficante estava de moto e conseguiu fugir", contou o delegado.
O comerciante teria adquirido a arma por R$ 9 mil, após comprá-la de um homem que conhecia os dois bandidos responsáveis pelo crime no Morro do Moreno. Mas embora tenha sido preso enquanto tentava vender a arma, uma pistola .40, o comerciante pagou fiança e foi liberado.
"Mais uma vez a legislação não nos ajuda. O indivíduo que recepciona essa arma, quando ele é pego pela Polícia Civil, ele paga uma fiança, porque assim é permitido pela Justiça, e vai responder em liberdade. Esperamos que pelo menos esses indivíduos que atentaram contra a vida do agente fiquem um bom tempo afastado da sociedade. Porque são perigosos, covardes", criticou o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho.
Para chegar até os criminosos responsáveis pelo crime no Morro do Moreno, a polícia contou com a ajuda de quatro pessoas que tiveram os celulares roubados no Morro do Moreno, no sábado (09), um dia antes do agente penitenciário também ser vítima de criminosos. Foi pela localização dos celulares dessas pessoas, que a polícia conseguiu encontrar e prender Pedro Henrique Gomes Oliveira, de 20 anos e Thiago Francisco Cristo, de 18 anos.
"Na segunda-feira, pesquisamos se no dia anterior ao crime houve roubo na região do Morro do Moreno e detectamos que tiverem quatro vítimas assaltadas no mesmo modo que os autores do crime agiram no domingo. Vinculamos o fato do dia 9 como possibilidade de ter sido praticado pelos mesmos autores do crime do dia 10. Chamamos as vítimas do dia 9 que tiveram os celulares roubados, que deram as descrições dos autores e nos forneceram a localização do celular, pelo qual pudemos precisar o perímetro de atuação da polícia", explicou o delegado Gianno Trindade, titular da Delegacia de Segurança Patrimonial.
Com a localização definida, os policiais chegaram a ficar de campana por mais de cinco horas até conseguirem prender os bandidos. Pedro Henrique e Thiago foram presos por volta das 20 horas desta terça-feira (12), no bairro Santa Bárbara, em Cariacica. Ao ser abordado pelos policiais, Pedro Henrique Gomes Oliveira, de 20 anos, assumiu a autoria do disparo que atingiu o agente penitenciário.
Além de assumir a autoria dos disparos, Pedro Henrique Gomes Oliveira, de 20 anos, também revelou à polícia onde estava a arma utilizada o crime. O revólver calibre 32 foi escondido no terceiro andar de uma casa abandonada, no bairro Alvorada, em Vila Velha. A arma estava dentro de um colchão.
Em audiência de custódia, a prisão de Pedro Henrique Gomes Oliveira, 20 anos, e Thiago Francisco Cristo, de 18 anos foi convertida em preventiva pela Justiça. Eles vão responder por tentativa de latrocínio, com lesão corporal de natureza grave. A pena é de 7 a 18 anos. Mas também vão responder por roubo e emprego da arma no crime, o que pode aumentar o tempo deles na prisão.
"Latrocínio não necessariamente precisa ser praticado com arma de fogo, é a violência que caracteriza o crime. Com o agravante da arma, esperamos que eles venham a ser apenados na ordem de 20 a 30 anos, somando todas as penas de todos os crimes", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
O inspetor penitenciário Rodrigo Figueiredo da Rosa foi baleado em uma tentativa de assalto no topo do Morro do Moreno, em Vila Velha, no início da noite de domingo (10). Ele estava no local acompanhado da namorada e de alguns amigos.
De acordo com a polícia, o agente estava armado com uma pistola .40 e foi revistado por um dos bandidos assim que eles anunciaram o assalto. Rodrigo teria tentado sacar a arma, mas acabou a tingido por um disparo pelas costas.
"Ele (Rodrigo) estava armado com uma pistola .40 da Secretaria de Justiça e os indivíduos com um revólver calibre 32. No momento em que ele é abordado, automaticamente um deles inicia a revista no agente. Ele tenta sacar a arma dele e, naquele momento, o indivíduo que está armado atira. Roubam a arma do agente e descem o morro largando o agente ferido para trás", descreveu o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho.
Rodrigo foi socorrido e levado para o Hospital de Urgência e Emergência, em Vitória, onde permanece internado na UTI, em estado grave, porém estável. Ele perdeu o movimento das pernas.
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