Uma operação para combater fraudes no comércio de combustíveis resultou na interdição de um posto e na prisão do proprietário e de um frentista, na manhã desta terça-feira (3), no bairro Jardim América, em Cariacica. O nome do estabelecimento não foi divulgado, assim como dos detidos.
Durante ação da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em parceria com o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (Ipem-ES), foram flagrados, em três bombas de combustível, dispositivos acionados por controle remoto, usados para enganar consumidores, que recebiam menos combustível do que o registrado no visor das máquinas.
Segundo o titular da Decon, delegado Eduardo Passamani, é a primeira vez que essa prática, já conhecida em Estados como São Paulo, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro, é flagrada no Espírito Santo.
A investigação começou após a denúncia de um motorista que percebeu, ao abastecer seu veículo com gasolina, que o tanque não encheu como deveria.
“Era uma denúncia sobre a quantidade e não a qualidade, e constatamos, numa aferição inicial, que entregaram 1,2 litro (de combustível) a menos do que na segunda aferição, em outra bomba, que deu normal. Diante da dúvida, fomos fazer a abertura e encontramos um equipamento modificado que era acionado por frentista por controle remoto para entrar menos combustível no carro”, explicou o delegado.
O dispositivo fraudulento foi trazido do Rio de Janeiro e pode ter vindo já em funcionamento. Agora, será investigado desde quando era utilizado.
“É uma placa eletrônica que você adultera componentes e mascara a quantidade de litros (abastecidos). Ela mostra um valor, mas aí entra outra quantidade e você fica à mercê do fraudador de quanto entra de gasolina. Ele programa o equipamento para abastecer somente uma porcentagem, aí quando (o frentista) ativa o aparelho, entra essa quantidade”, explicou.
Segundo Passamani, os homens detidos no estabelecimento responderão por crimes contra a ordem econômica e do consumidor.
“Apesar de ser um dispositivo eletrônico, era preciso da ação humana para acionamento. Aproveitamos a oportunidade para pedir para consumidores que se sentirem lesados ligarem para a Delegacia do Consumidor para intensificarmos as investigações. É um sistema sofisticado, mas o consumidor tem noção do quanto ele coloca, do que rende e quanto roda. Desconfiou? Solicite uma fiscalização.”
Passamani reforçou que, ao denunciar, é importante informar o tipo de veículo, qual a bomba, o dia e horário da ocorrência e informar um número de contato para mais informações.
O posto alvo da operação foi fechado nesta terça-feira (03) e só poderá voltar a funcionar após instalação de novas bombas e liberação da Decon.
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