Dois donos de uma autoescola, de 35 e 36 anos, foram presos, nesta quarta-feira (11), suspeitos de fraudarem presenças nas aulas de uma empresa que fornece cursos de direção no Centro de São Gabriel da Palha, no Noroeste do Espírito Santo. Os sócios do Centro de Formação de Condutores (CFC) utilizavam fotos dos alunos para realizar o reconhecimento facial. Eles foram autuados por falsidade ideológica e as pessoas que tiveram as fotos usadas também podem responder pelo crime.
A fraude foi percebida pela Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES), após o setor técnico do órgão realizar um monitoramento das presenças. A informação foi repassada para a equipe da Delegacia de São Gabriel da Palha.
Os policiais solicitaram que o Detran|ES informasse o momento em que a validação da presença seria realizada, para irem à instituição e flagrarem a fraude. No local, a equipe se deparou com salas de aula vazias, sem nenhum estudante ou professor, mas computadores ligados e registrando a presença dos alunos.
“Após indagações, percebemos que os registros das presenças dos alunos nas aulas eram feitos de maneira fraudulenta, uma vez que para atestar o controle da frequência no sistema do Detran, se faz necessária a leitura biométrica ou a própria face do aluno. Nesse momento, constatamos que para registrar a presença, os suspeitos apresentavam uma foto dos alunos, razão pela qual o sistema do Detran realizava a leitura da fotografia e registrava a presença”, informou o delegado Rafael Caliman, titular da Delegacia de São Gabriel da Palha.
Diante do flagrante, três pessoas — os dois sócios da autoescola e um funcionário — foram conduzidos à delegacia. No entanto, segundo o delegado, durante o interrogatório o funcionário informou que não sabia do esquema fraudulento e explicou que era responsável somente pelo atendimento inicial dos clientes.
Já os dois donos do CFC foram autuados por falsidade ideológica e encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Domingos do Norte, onde permanecem à disposição da Justiça. “A polícia esclarece que as investigações prosseguirão e os ‘alunos fictícios’ também responderão pelos crimes cometidos”, acrescentou o delegado Rafael Caliman.
A reportagem tentou contato com o Centro de Formação de Condutores, para posicionamento da defesa dos sócios do local que foram presos, mas as ligações não foram atendidas. Assim que houver uma manifestação, este texto será atualizado.
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