Duas oficinas clandestinas, que faziam a adaptação de veículos para o uso gás natural veicular (GNV), sem autorização, foram interditadas nesta terça-feira (3), em Cariacica. Os locais faziam a instalação do chamado "kit gás". Dois empresários, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos pela Polícia Civil.
"Elas estavam sem a autorização do Inmetro para isso. Então, a gente não pode atestar que aquele material que foi instalado é um material que não vai causar perigo ao consumidor", falou Eduardo Passamani, delegado responsável pela investigação, em coletiva de imprensa nesta quarta (4).
Para fazer a instalação do kit gás, a empresa precisa ser regularizada junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Além disso, vários documentos precisam ser declarados ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) depois da instalação, para a regularização do veículo.
Um dos documentos exigidos é o de verificação do cilindro e da válvula. Em alguns casos, os equipamentos usados pelas oficinas que foram fechadas eram reprovados, mas o documento era fraudado por elas. Segundo o delegado responsável pela investigação, o consumidor não percebia a falsificação.
"Ele pega um documento. Estava escrito ali: válvula reprovada. Ele cola, faz uma montagem em cima desse documento e fornece esse documento para o consumidor. A gente já identificou, é uma montagem grosseira, não é uma montagem muito rebuscada. Mas, para o consumidor que está, muitas vezes, procurando uma oficina no dia a dia, procurando um preço mais em conta, acaba 'passando batido' e enganando o consumidor", disse o delegado.
Duas operações realizadas pela Polícia Civil entre o final do ano passado e este ano resultaram na prisão de cinco empresários suspeitos de instalarem kit gás sem autorização.
A primeira fase da operação aconteceu no final de 2021. As três primeiras empresas fechadas ficavam em Cobilândia, em Vila Velha, e em Jardim Limoeiro e Porto Canoa, na Serra. A Polícia Civil informou que ainda investigava outras duas empresas que têm autorização para instalação, só que são suspeitas de fornecerem documento falso para as empresas que não tem.
"A empresa, para dar essa certificação, para fornecer algum tipo de documento para o consumidor porque ela não consegue, já que ela não tem autorização, ela compra ou pega na camaradagem, faz algum esquema fraudulento para obter essa documentação de lojas regulares. Então, a investigação e o cumprimento dos mandados são para gente tentar identificar quais empresas regulares estão fornecendo essa documentação para loja clandestina", explicou o delegado.
"O preço está muito mais barato que no resto? Dá uma desconfiada, pergunta. Solicita a validade do cilindro, a autorização do Inmetro para funcionar. Pergunte se fornece a documentação necessária para o registro perante o Detran. Solicita pelo menos essa documentação para você evitar cair numa fraude", disse o delegado. A polícia não divulgou o nome dos detidos.
Com informações do g1ES
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