"Que ninguém sofra essa dor que eu estou sentindo porque ela é imensa, insuportável." Essa é uma parte do desabafo de Márcia Rocha, mãe da enfermeira Íris Rocha de Souza, de 30 anos, grávida assassinada a tiros em Alfredo Chaves, no Sul do Estado, na última quinta-feira (11). Muito emocionada, ela conversou com o repórter Caíque Verli, da TV Gazeta.
"Esse mundo está muito cruel, ela foi brutalmente assassinada, não teve justiça, não teve defesa nenhuma. Era uma pessoa amiga, amada, amável, querida, trabalhadora, muito dedicada", lamentou a mãe de Íris.
O corpo da enfermeira foi encontrado numa estrada rural que liga Matilde a São Bento de Urânia. Os agentes disseram que a identificação da vítima era difícil, já que ela estava coberta de cal, mas foi possível constatar as duas marcas de tiros. No local foram encontradas cinco cápsulas de pistola calibre .40.
O corpo foi levado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim na própria quinta, mas a família só ficou sabendo na segunda-feira (15). "A polícia descobriu um cadáver como se fosse jogado na mata de Alfredo Chaves e aí foi confrontar com todas as 'Íris', porque havia só um cartão com nome Íris (com a vítima), mas podia ser qualquer Íris. E aí chegou até mim. No final a gente percebeu que era a Íris, minha filha querida, amada, tão jovem, tão cheia de sonhos", detalhou Márcia Rocha.
A enfermeira morava em Jacaraípe, na Serra. Os familiares disseram que não havia motivos para ela estar em Alfredo Chaves, já que a enfermeira não costumava ir para lá e nem tinha parentes na cidade.
Em nota, a Polícia Civil informou que "o fato segue sob investigação da Delegacia de Polícia (DP) de Alfredo Chaves. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada".
Além de estar grávida de Rebeca, Íris, deixou um filho de 8 anos. Durante o velório no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, nesta terça-feira (16), familiares de Íris conversaram com o repórter Caíque Verli, da TV Gazeta. Eles explicaram que a bebê chegou a passar por autópsia e foi recolocada no ventre da mãe, para ser sepultada junto dela.
Além de trabalhar como enfermeira, Íris fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). "Ela ficava cuidando das pessoas, tinha muito orgulho disso, fazia com muito carinho, as pessoas gostavam dela, do trabalho que ela fazia. Ela estava fazendo mestrado, então tinha muitos sonhos", desabafou a mãe.
A Ufes publicou uma nota de pesar: "Ela parte deixando-nos muitas lições de coragem e resistência, mas também um sorriso permanente a qualquer um que a encontrasse. Que a família e amigos tenham consolo e serenidade para atravessar esta tempestade."
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também lamentou. "É com um sentimento de consternação e tristeza que recebemos a notícia do falecimento da Íris. Esse caso deixa um vazio imensurável na Enfermagem do Espírito Santo. Expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho, e nos solidarizamos nesse momento de dor e perda", disse Wilton José Patrício, presidente do conselho.
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