Mais de 12 mil pacotes de café das marcas Minete, Campestre, Tem + e Monte'z apresentaram irregularidades na composição e rotulagem, e foram apreendidas nesta terça-feira (18) pela Polícia Civil. A operação ocorreu em sete cidades da Região Serrana, Norte e Sul do Espírito Santo, sendo elas: Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Aracruz, João Neiva, Iúna, Ibatiba e Marechal Floriano. No produto, foi encontrado até milho na mistura.
Trata-se de uma ação realizada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), em conjunto com a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa (Ales). Esta é a segunda etapa da operação deflagrada no dia 10 de janeiro, que apreendeu mais de 28 mil unidades de cafés com irregularidades – incluindo a mistura de grande quantidade de cascas e paus aos grãos, alto teor de umidade e ausência de regras básicas de rotulagem – em oito supermercados da Grande Vitória.
Na segunda etapa, a Decon e a Comissão de Agricultura atuaram em Cachoeiro de Itapemirim, já nos municípios de Linhares, Aracruz e João Neiva, a ação foi coordenada pela Superintendência de Polícia Regional Norte (SPRN). As Delegacias de Polícia de Iúna, Ibatiba e Marechal Floriano também deram apoio, em seus respectivos municípios.
Ao todo, três marcas foram apreendidas nesta operação. Segundo as informações divulgadas pela PC, a equipe apreendeu unidades de uma marca que misturava milho ao café, comercializada em Cachoeiro de Itapemirim e que não teve unidades apreendidas na primeira fase da operação.
“Nas demais cidades, foram fiscalizados estabelecimentos comerciais que poderiam estar vendendo algumas das marcas retiradas da Grande Vitória na semana passada, sendo encontrados e apreendidos pacotes de duas dessas marcas”, comunicou a polícia.
De acordo com o titular da Decon, delegado Eduardo Passamani, na primeira etapa foram identificadas três marcas. Desta vez, além dessas, foi identificada uma quarta marca. A reportagem apurou que os nomes das marcas são: Tem +, Minete, Café Campestre e Monte'z. “Nessa quarta marca, nós observamos a presença de milho na composição. Então o milho era adicionado no café, torrado e moído junto, para fazer render. Uma tentativa clara de enganar o consumidor”, esclareceu.
Ele explicou, ainda, o que vai acontecer com os fabricantes e supermercados. “Contra os fabricantes está sendo instaurada a investigação criminal, para apurar a responsabilidade por estarem fornecendo um produto em desconformidade com a legislação”, disse Passamani.
Já os supermercados também vão ser investigados. “Vamos investigar se o estabelecimento comercial tinha a possibilidade de saber que o produto era ruim ou não”, declarou Passamani. A deputada e presidente da Comissão de Agricultura, Janete de Sá, também esteve presente na ação.
Em nota sobre o ocorrido, o supermercado de Cachoeiro de Itapemirim informou que foram recolhidas pelos órgãos de defesa do consumidor amostras de uma marca de café para análise. “Os produtos foram retirados da área de vendas e se encontram guardados e lacrados, até que se conclua a análise e verificação. É muito importante que todo produto contenha os padrões e a qualidade informada pelo fabricante”, comunicou.
Caso a população desconfie de um determinado produto, seja pelo gosto ou pela textura, o delegado orienta o que fazer. “A pessoa pode fazer uma denúncia pelo número 181, pela Comissão de Agricultura ou na Delegacia do Consumidor, para que a gente colete uma amostra e realizar análise desse produto”, explicou.
Além disso, quando faltar dados básicos no rótulo da embalagem, Passamani também acredita ser um ponto para desconfiar. “Caso alguém tenha adquirido, a orientação é procurar o estabelecimento comercial, ele é obrigado a fazer a troca. Se ele não fizer, procure um Procon local ou uma delegacia de polícia”, finalizou.
O nome das marcas e outras informações foram adicionados na matéria. O texto foi atualizado.
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