O adolescente de 16 anos, autor dos ataques a tiros a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25), tinha uma suástica nazista estampada na roupa e usou a arma do pai policial militar no crime. As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa pelo governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), que contou com a presença de autoridades policiais. Quatro pessoas foram mortas e outras 12 ficaram feridas nos atentados.
As investigações identificaram que o atirador é um adolescente de 16 anos que estudou, até junho deste ano, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, a primeira unidade alvo de ataque. A família o transferiu para outra escola, mas não foi confirmada para qual unidade.
O atentado foi planejado há, pelo menos, dois anos, segundo o superintendente da Polícia Norte, João Francisco Filho. “Ele planejava isso há dois anos e no dia de hoje (25) colocou em prática. Pegou o carro do pai, tampou a placa, praticou o ato na escola, retornou para casa e depois saiu. A família tinha uma segunda casa no município (onde o adolescente foi encontrado)”, explicou.
O superintendente detalhou ainda que o adolescente tinha uma pistola .40, que pertence ao pai policial militar e um revólver calibre 38, além de três carregadores.
Nas roupas utilizadas pelo adolescente, havia uma espécie de braçadeira vermelha. O especialista em tecnologia Gilberto Sudré, vice-presidente da Associação Nacional de Peritos em Computação Forense (Apecof), aproximou as imagens e constatou a semelhança com o símbolo nazista. É possível ver o fundo vermelho e um círculo branco.
Durante a coletiva de imprensa, Casagrande confirmou haver o símbolo nazista acoplado à roupa do jovem.
João Francisco Filho explicou que a ação que resultou na localização do adolescente se deu a partir do Cerco Eletrônico e foi realizada pelas policias Civil e Rodoviária Federal.
“Identificamos o veículo, a partir daí, o proprietário. Fomos até o local e cercamos a casa, o judiciário permitiu”, detalhou. “Os pais dele colaboraram, estavam destruídos. Uma das armas era do pai, da Polícia Militar. E uma outra pistola era particular. O adolescente confessou à Polícia Civil, mostrou a roupa, as armas e como fez. Estava bem calmo. Até então, não tem motivo, ele planejou durante dois anos”, completou.
O governador Renato Casagrande (PSB), por sua vez, frisou que um cerco foi montada nesse segundo imóvel: "A ação foi muito colaborativa, tanto por parte dele, quanto dos pais. Com informações obtidas pelo Cerco Inteligente, a casa foi identificada e cercada".
Ficou constatado ainda que o adolescente fazia um tratamento psiquiátrico. No entanto, não foi informado se ele tomava medicamentos ou se tinha registros de aluno especial.
"É fundamental, em uma sociedade tão complexa como a nossa, com tantos fatores externos que influenciam a nossa personalidade, que todos nós fiquemos atentos ao comportamento das pessoas. Os pais, os avós, irmãos, devem ficar atentos ao comportamento do seu filho, da sua filha, da sua neta, porque é preciso que haja um tratamento da saúde mental", manifestou Casagrande.
Já o superintendente João Francisco Filho ressaltou que, ao ser interrogado, o adolescente não manifestou arrependimento. "Parecia que ele estava em estado de choque, mas estava tranquilo. Não conseguimos ver esse arrependimento, não", disse.
O adolescente suspeito de matar quatro pessoas e deixar 12 feridos em ataques a tiros a duas escolas em Aracruz, na região Norte do Estado, foi apreendido no início da tarde desta sexta-feira (25). Morreram nos ataques duas professoras da escola estadual e uma estudante do sexto ano da escola particular.
Em coletiva de imprensa, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Márcio Celante, afirmou que o suspeito entrou primeiramente na Escola Estadual Primo Bitti, quebrando o cadeado e invadindo a sala de professores. Lá, ele atirou em 11 pessoas: duas delas morreram no local.
Conforme apuração da repórter da TV Gazeta Daniela Carla, que esteve no município acompanhando tudo de perto, testemunhas revelaram que o criminoso estaria encapuzado, com um colete à prova de balas e munido de uma arma longa.
Segundo informações do Capitão Alexandre, do 5º Batalhão da Polícia Militar, após o primeiro ataque, o atirador entrou em um veículo do modelo Renault Duster, de cor dourada, com as placas cobertas, e foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde fez as demais vítimas.
Por volta das 19h, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atualizou o número de feridos e o estado de saúde das vítimas. Segundo a pasta, o Samu atendeu, ao todo, 16 vítimas, sendo constatados três óbitos no local.
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