Os irmãos de Kelvin Filgueiras da Silva, de 28 anos, morto após ter o carro em que estava atacado a tiros no domingo (4), no Centro de Vitória, declaram que o jovem não era bandido e que não tinha passagem polícia.
Além de Kelvin, o motorista de aplicativo Adriano Ferreira do Amaral, de 39 anos, também morreu. As vítimas estavam em um carro vermelho na Avenida Governador José Sette, quando criminosos a bordo de um automóvel branco realizaram os disparos.
Em seguida, eles fugiram pela Avenida Princesa Isabel e pela Curva do Saldanha, em direção à Praia do Canto. Outros três ocupantes do veículo escaparam com vida.
Durante entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (5), o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, afirmou que as investigações apontam que o crime é resultado de uma briga do tráfico de drogas entre duas comunidades do Moscoso e o Cabral.
Na manhã desta segunda-feira, irmãos de Kelvin foram ao Departamento Médico Legal (DML), na Capital, para reconhecer e liberar o corpo do jovem para o sepultamento. Em seguida, foram ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O procedimento durou cerca de duas horas.
Na saída do DHPP, os irmãos disseram que Kelvin trabalhava como profissional na área de Tecnologia de Informação (TI) e estudava eletrotécnica de forma remota em razão da pandemia do coronavírus. Segundo a irmã dele, a família foi informada por amigos sobre a morte do técnico de TI ocorrida domingo.
Ele não era bandido, estava no lugar errado com as pessoas erradas. Eu não quero que meu irmão seja tomado como criminoso sem antes provarem qualquer coisa contra ele, porque o Kelvin não era nada disso. Ele não tinha passagem pela polícia e nunca foi preso por nada, afirma a irmã, que preferiu não se identificar.
O irmão dela, que também esteve no DHPP, falou que todas as vítimas moravam na região do Moscoso e eram amigas. Ele relembrou que, assim como aconteceu na Chacina da Ilha, quando quatro amigos foram mortos, Kelvin e Adriano eram inocentes e não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.
Todo mundo que estava no carro era conhecido. Querem falar que todos eram bandidos, mas não é isso. Nós crescemos em uma comunidade, mas tomamos rumos diferentes. Meu irmão trabalhava, estudava, assim como o motorista também era trabalhador. Quando um inocente trabalhador é alvejado dessa forma, a população quer justiça, exclama.
Na manhã de domingo (4), horas antes do ataque, a Polícia Militar apreendeu uma pistola calibre .380 na casa Kelvin após uma denúncia anônima. No momento da apreensão, o jovem estava fora de casa. Ele havia ido à praia com o grupo de amigos que depois foi o alvo do ataque no Centro de Vitória. Além da arma, os militares também apreenderam na residência um carregador com munições, notebook, quatro celulares e R$ 227 em dinheiro.
A reportagem procurou as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Sejus) para saber se Kelvin e Adriano já tinham sido presos anteriormente. Por meio das assessorias, ambas informaram que não há registros de prisão relacionados às vítimas.
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