"Ele tirou uma vida, um sonho, deixou um filho de um ano, que mama no peito, chorando pela mãe". A fala é de Sirlene, tia da jovem Ludiane Braz Corrêa, de apenas 20 anos, que foi assassinada a facadas pelo marido Leonardo Alves Soares, de 23 anos, no bairro Oriente, em Cariacica, na noite de sexta-feira (3). Seria a primeira vez que ela comemoraria o Dia das Mães depois de dar à luz ao filho.
Leonardo foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana. Sirlene fez um apelo à Justiça e pediu que ele permaneça preso pelo crime, temendo que ele seja solto e pratique outros crimes.
Este domingo (8) seria o primeiro Dia das Mães de Ludiane após dar à luz ao filho. E vai ser o primeira data em que a mãe dela passa sem um dos filhos. "Vou passar o Dia das Mães de desgosto, eu criei meus filhos todos unidos, juntos", desabafou dona Maria.
Ludiane tentava pôr fim ao casamento com Leonardo, com que estava junto há pouco mais de um ano e que não aceitava a separação, segundo a família dela. Os parentes da mulher também disseram que era agredida constantemente e, por isso, queria se separar. Na noite de sexta-feira (3), as agressões começaram quando a vítima estava fazendo comida.
"Ele pegou ela de costas e começou a bater nela, dar soco nela. Na hora, eu liguei para a mãe dele. Ele falou que não era para ninguém se intrometer. Quando eu vi, ele já estava com a faca na mão", contou uma irmã de Ludiane, que não quis se identificar, em entrevista para a repórter Daniela Carla, da TV Gazeta.
Ela ainda contou que Ludiane gritou pedindo ajuda, mas que encontrou a irmã depois de já ter sido esfaqueada. Os vizinhos colocaram Ludiane em um veículo de aplicativo e a levaram para o Pronto Atendimento de Alto Lage, onde ela chegou já sem vida.
"Eu ouvi ela gritando 'Irmã, irmã, pede socorro porque o Leonardo me furou'. Quando eu fui para o quarto, minha irmã já estava toda esfaqueada na cama. Ele veio para o meu lado e eu saí correndo para a rua", lembra.
Leonardo foi preso no local do crime. Segundo a Polícia Civil, ele foi conduzido ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP). A repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, tentou conversar com Leonardo quando ele saía do Departamento Médico Legal (DML). Contudo, ele não respondeu aos questionamentos. Confira no vídeo:
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