Moradores do bairro Andorinhas, em Vitória, estão sendo expulsos por criminosos devido à guerra pelo tráfico de drogas na região. Eles precisam sair de suas casas para que grupos façam das residências base do tráfico de drogas. E as ruas vazias, postes quebrados e praças abandonadas são resultados da realidade de quem vive com medo no local.
À equipe de reportagem da TV Gazeta, um morador que preferiu não se identificar relatou que as pessoas que vivem no bairro estão à mercê de criminosos.
A equipe foi ao local e precisou ser escoltada pela Guarda Municipal. No bairro, a reportagem presenciou moradores assustados e com medo até de sair nas ruas.
Outro morador que também não se identificou, contou que a rotina no bairro mudou, atividades do dia a dia não são mais realizadas por medo. “A gente não consegue fazer um exercício, não conseguimos fazer uma caminhada com nossos cachorros, nem trabalhar direito. Na hora que começa o tiroteio, a primeira coisa que a gente pensa é em abaixar, deitar no chão”.
A produção da TV Gazeta passou uma semana em contato com moradores do bairro para entender como é viver em meio a criminalidade intensa. E eles relatam o desespero de uma comunidade refém da criminalidade.
Além disso, populares relataram que os tiros são constantes, e a polícia ou Guarda Municipal só chegam ao local bem depois. “O bandido chega, faz o tiroteio e só depois de meia hora, uma hora, a polícia aparece no local’, contou um morador da região.
Não bastasse o terror causado pelos tiros, moradores são colocados para fora de suas casas por criminosos. “Até morador já foi expulso de casa por causa de rivais. Eles (os bandidos) vêm, querem alugar, a pessoa não quer e eles ameaçam. A pessoa tem que ceder a casa para bandido”.
Barreiras feitas de areia, pedras ou pneus também são colocadas nas ruas por criminosos para dificultar à circulação de viaturas policiais na região.
O governo do Estado e a prefeitura de Vitória já tem conhecimento sobre a situação em Andorinhas. O secretário de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo, coronel Alexandre Ramalho, destacou como as brigas entre grupos criminosos começam e falou das prisões que ocorreram recentemente. “Começou com uma morte em Itararé, essa morte culmina esses disparos e daí nós remodelamos nossos planejamentos da Polícia Militar e da Polícia Civil para diminuir essa tensão, e daí o aumento de apreensão de armas e o aumento de prisões".
“Nós temos nesse conjunto de bairros de Andorinhas, Itararé, Bairro da Penha, São Benedito, um aumento de 142% de apreensões de armas e 152 pessoas detidas”, relatou.
Ramalho informou ainda que a equipe trabalha para dar mais proteção à comunidade. “Continuaremos trabalhando não só em Andorinhas, mas em outros bairros para levar segurança a essas comunidades”, Afirmou.
Em abril, 17 pessoas foram presas, seis armas apreendidas, além de drogas e dinheiro. Até o último dia 15, agentes da Guarda Municipal de Vitória haviam retirado três barricadas das ruas.
O secretário municipal de segurança da Capital, Ícaro Ruginski, mencionou que o patrulhamento foi reforçado na região. “Nos últimos meses tivemos alguns incidentes em decorrência do confronto entre facções rivais de tráfico de drogas. A Guarda Municipal passou a atuar ativamente na prevenção desses crimes fazendo patrulhamento. Fizemos a prisão de traficantes, retiramos barricadas, realizamos apreensões de veículos com restrição de furto e roubo, e todos os dias temos a presença da guarda na região de Andorinhas”.
“Nós já colocamos em funcionamento algumas câmeras e estamos com a previsão de instalação de outras câmeras aqui no bairro. Isso vai auxiliar para que a gente identifique possíveis autores de crimes”, completou.
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