Confrontando a versão do soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani, de 28 anos, que atirou e matou o vizinho Guilherme Rocha, de 37 anos, a síndica do condomínio em Jardim Camburi onde o músico foi morto, Mônica Bicalho, disse que a vítima não reagiu e nem tentou desarmar o policial. Guilherme foi morto com um tiro na madrugada desta segunda (17) na entrada do bloco onde morava.
"Não houve agressão nenhuma. Em momento algum a vítima reagiu, pelo contrário, a vítima entrou com o braço para trás, conversou numa boa e a pessoa que matou ainda deu uma coronhada na cabeça dela. Guilherme simplesmente pediu 'gente eu preciso dormir são três horas da manhã' e ele simplesmente sacou a arma", contou a síndica.
Após o crime, ocorrido por volta das 3 horas da madrugada desta segunda (17), o PM foi conduzido à Delegacia Regional de Vitória. Ele foi ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não haviam elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante. A arma do policial ficou apreendida. O caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.
A síndica contou ainda que o militar tinha o hábito de beber na área comum do condomínio e isso incomodava muitas pessoas.
Durante a madrugada desta segunda mais uma vez o músico Guilherme pediu que o policial parasse de incomodar a ele e os vizinhos.
"Nessa madrugada eles foram para lá de novo beber e deu mais ou menos umas 2h e pouco e a esposa da vítima mandou a mensagem pro meu celular, pediu o celular do condomínio falando que estava realmente acontecendo de novo que eles estavam bebendo, gritando, dançando lá e que o marido dela já tinha ido lá pedido para ele parar, para eles pararem e na terceira vez que ele foi aconteceu o fato, o PM sacou a arma e atirou nele", disse a síndica do condomínio.
Mônica contou ainda que o PM chegou a ser notificado pelo condomínio algumas vezes.
"Enquanto condomínio, nós fizemos tudo dentro da lei, primeiro a notificação verbal, depois a notificação por escrito e ainda não deu tempo, infelizmente, não chegou a dar tempo da gente dar a multa, né? Aqui a gente é um condomínio, a gente não tem espaço de lazer e eu estava usando esse espaço e essa a vítima ela já estava incomodada. Todo dia praticamente na sua cabeça uma pessoa bebendo, gritando, algazarra?", contou a síndica.
De acordo com o boletim da PM, militares foram acionados por volta de 3h pela síndica de um condomínio na avenida Augusto Emílio Estelita Lins. Quando chegaram ao local o militar estava com a arma nas mãos e Guilherme caído no chão.
O PM contou aos policiais que estava bebendo com amigos perto da entrada do Bloco 1, onde mora, quando a vítima teria o atacado e tentado desarmá-lo.
O militar disse que reagiu e atirou uma vez com sua pistola .40 no vizinho. O tiro foi atingiu o ombro esquerdo da vítima e atravessou o peito do homem e ainda atingiu um carro que estava próximo.
O boletim da PM diz ainda que o copo do militar ainda estava com bebida alcoólica e ele apresenta "odor etílico ao falar". Segundo moradores, cinco ocorrências internas haviam sido registradas no condomínio em razão de desentendimentos entre vítima e policial.
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, contou que depois de matar o vizinho, o PM esboçou frieza, o que deixou alguns moradores indignados.
Moradores também contaram que antes do desentendimento havia som alto no local e que, geralmente, esse era o motivo das desavenças entre o policial e o vizinho.
A arma do militar foi recolhida pela Polícia Civil. O caso foi registrado como homicídio no Plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) de Vitória.
De acordo com o site da Transparência, o militar que matou o vizinho entrou na Polícia Militar em 2020.
Com informações do G1 ES e TV Gazeta.
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