Uma empresa de crédito consignado de Afonso Cláudio, no Sul do Espírito Santo, foi interditada, nessa quarta-feira (12), sob suspeita de aplicar golpes financeiros em idosos. De acordo com a Polícia Civil, a investigação apontou que a dona e uma funcionária da empresa se apropriavam das contas das vítimas e, além de descontarem valores dos empréstimos, faziam movimentações financeiras nas contas bancárias dos idosos. Prejuízo total pode ultrapassar a quantia de R$ 100 mil.
A “Operação Margem Furada”, deflagrada nessa quarta-feira (12), tinha o objetivo de cumprir mandados judiciais expedidos pelo Juízo da Vara Única de Afonso Cláudio. Ao todo, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo um deles na empresa de crédito consignado, para apreender aparelhos celulares, computadores e documentos para corroborar com as investigações.
O titular da Delegacia de Afonso Cláudio, delegado Julio Cesar Cortina, explicou que a operação foi iniciada no final de 2023, quando a Polícia Civil tomou conhecimento do crime por meio de depoimentos das vítimas. Os idosos informavam que faziam a contratação de empréstimos consignados pela empresa, mas os valores vinham menores porque, ao repassar o dinheiro, a proprietária descontava uma parte, alegando serem despesas do banco.
As vítimas também tiveram os benefícios previdenciários transferidos para outros bancos digitais. Segundo investigação da PC, com a portabilidade do benefício, as suspeitas passaram a ter total controle das contas das vítimas, momento em que faziam contratações de empréstimos bancários e transferiam o valor para suas contas pessoais e para a conta de terceiros, por meio de transações PIX. As vítimas não recebiam o valor contratado e ficavam com o prejuízo das prestações.
Segundo a PCES, as suspeitas se aproveitavam da idade avançada e da falta de familiaridade dos idosos com tecnologias bancárias para aplicarem os golpes financeiros. “Num único inquérito constam pelo menos 13 vítimas, a maioria de idosos, ludibriadas pela empresa. A princípio estima-se um prejuízo superior a R$ 100.000,00”, completou o delegado Julio Cesar Cortina.
Durante os cumprimentos judiciais, foram apreendidos os aparelhos celulares da proprietária da empresa, de uma funcionária, além de computadores, bem como caderno com anotações sobre as transações financeiras, extratos bancários e outros documentos de relevância para a investigação.
A PC informou que, além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, também foi realizada a quebra de sigilo bancário das suspeitas, além da medida de bloqueio judicial nas contas delas, a fim de assegurar uma possível reparação dos danos sofridos pelas vítimas. Também foi aplicada a suspensão da atividade empresarial realizada pelas suspeitas.
“A Polícia Civil de Afonso Cláudio pede à população que tenha feito empréstimos consignados com a empresa que verifique seus extratos bancários para saber se não houve algum desvio de valores em suas contas”, informou o delegado Julio Cesar Cortina.
A PCES ressalta que as diligências continuam, com o objetivo de verificar outros possíveis delitos cometidos além do estelionato, como falsidade ideológica e furto mediante fraude.
A reportagem de A Gazeta tenta localizar os responsáveis pela empresa e o espaço segue aberto.
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