Uma empresária, de 25 anos, acusa o ex-marido, um corretor de imóveis, de 30 anos, de ter destruído o carro dela, por volta das 19h desta segunda-feira (5), no bairro Parque da Areia Preta, em Guarapari. Lorena Mendonça afirma ainda que já sofreu uma série de agressões e ameaças do ex-marido. Procurado pela reportagem da TV Gazeta, o homem garantiu que nunca agrediu ou ameaçou a empresária e disse também que não foi ele quem quebrou o carro dela.
De acordo com informações da TV Gazeta, testemunhas contaram para Lorena que, na noite desta segunda (5), o corretor de imóveis usou um taco de beisebol para quebrar os vidros do carro dela.
"Ele fez isso aqui no meu carro, porque ele viu o meu irmão dirigindo o carro e achou que era outro homem. Eu estava indo buscar os salgados da festa da filha dele", contou.
A empresária e o corretor de imóveis foram casados por quatro anos e os dois têm uma filha de 3 anos. A separação aconteceu há seis meses.
"Ele me xingava, era um relacionamento completamente abusivo. Quando eu descobri que ele tinha me traído, acabei com tudo. Ele me agrediu, a minha amiga e a mãe dela foram me buscar dentro de casa, porque ele tinha me batido muito, tinha me jogado no chão, me chutado. Só que ele fala para todo mundo que é mentira. Mas eu fui na delegacia, fiz boletim de ocorrência, eles tiraram fotos dos meus machucados", afirma Lorena.
Mesmo separada, ela diz que continua sendo ameaçada pelo ex. Lorena relata que há cerca de cinco meses, o corretor de imóveis chegou a quebrar a vitrine da loja dela. Lorena afirma que se sente desprotegida, porque o ex-marido descumpriu a ordem judicial de se manter longe dela várias vezes, mas nunca foi preso.
"Pedi medida protetiva, tudo que ele faz, eu ligo para a polícia. Só que eu não sei mais o que fazer. Eu me sinto abandonada. Preciso de justiça. Esse cara vai ficar fazendo essas coisas até aquando comigo?", questionou. Ao ser perguntada se tinha medo de morrer, respondeu que sim.
A reportagem da TV Gazeta conversou por telefone com o corretor de imóveis, ex-marido de Lorena. Ele garantiu que nunca agrediu ou ameaçou a empresária e disse também que não foi ele quem quebrou o carro dela. Segundo o corretor, a própria família de Lorena sabe que ele é inocente, tanto que, segundo ele, o padrasto e o irmão de Lorena trabalham com ele na imobiliária.
De acordo com a delegada Francine Bergamini, responsável pela Delegacia da Mulher de Guarapari, esse inquérito teve início no mês de abril, quando Lorena registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. "Nessa situação foi solicitada uma medida protetiva de urgência, que foi deferida pelo juiz. Posteriormente, a vítima protocolou dois boletins de ocorrência comunicando o descumprimento da medida protetiva. Em razão disso, foi solicitado ao juízo competente de Guarapari a prisão desse suspeito", afirmou a delegada, em entrevista à TV Gazeta.
No entanto, o pedido de prisão foi negado pelo juiz, que entendeu não haver provas suficientes contra o corretor de imóveis. Lorena teria sido intimada duas vezes, para levar à delegacia testemunhas que confirmassem as acusações dela, mas a empresária não compareceu.
"O juiz entendeu que não havia provas suficientes desse descumprimento (da medida protetiva). A vítima foi intimada em duas ocasiões para que trouxesse a testemunha, que ela mencionava nas duas ocorrências, para que confirmasse a versão dela. Porém a vítima foi intimada duas vezes e não compareceu na delegacia. Em razão disso, o pedido de prisão não foi confirmado pelo juiz", explicou a delegada.
A delegada afirmou ainda que vai pedir as imagens das câmeras de segurança do prédio em que Lorena mora, a fim de tentar comprovar que o corretor de imóveis é o responsável por ter destruído o carro da empresária.
"A violência doméstica nós dependemos muito da vítima. Muitas vezes, a violência é cometida entre quatro paredes, porém existem testemunhas que sabem da agressividade, da violência, da personalidade do acusado. Nós precisamos da vítima para confirmar esses casos. E, nesse caso, infelizmente, nós não conseguimos o mandado de prisão, porque não houve prova testemunhal que confirmasse versão dela", concluiu.
Com informações de Daniela Carla, da TV Gazeta.
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