O empresário Reginaldo Castro Marba Junior, preso suspeito de agredir o ex-marido dentro de casa na Ilha do Boi, em Vitória, enviou um vídeo para a reportagem da Rede Gazeta (confira acima) com a versão dele sobre o que aconteceu na manhã do último domingo (8).
Ele nega que tenha agredido o analista de sistemas Angelo Salvador, e disse que o ex-marido invadiu a residência dele com a mãe. "Eles estavam cientes de que não tinham autorização de entrar na minha casa. Eu chamei o chaveiro para abrir uma porta e eles aproveitaram, o Angelo se apresentou para o chaveiro como proprietário da residência e eles calmamente entraram pelas portas laterais da área de serviço", disse.
A confusão teria começado no pavimento de cima da casa. "Quando eles subiram, eu perguntei onde estava a chave da porta trancada por eles, eles não me deram nem direito de responder. A mãe do Angelo me tacou spray de pimenta. Quando eu saí para a área externa, eu recebi um mata-leão do Angelo, uma mordida no ombro. No sábado, quando eu terminei o relacionamento, eu nunca imaginaria que isso poderia acontecer", afirmou.
Sobre as alegações do empresário, o analista de sistemas Angelo Salvador enviou nota dizendo que "é importante esclarecer que não houve invasão à casa dele. Nós temos uma união estável e, até o momento em que fui buscar minhas coisas, eu ainda residia na casa. Porém, devido à tristeza com toda a situação, acabei esquecendo a chave e levei apenas o controle do portão da garagem. Ele manipulou trechos dos vídeos, retirando completamente o contexto real dos acontecimentos".
O analista completou: "No meu depoimento e no da minha mãe solicitamos que as câmeras da casa fossem analisadas. Com o contexto completo, é possível ver as agressões que sofremos desde o início, inclusive ele me agredindo e empurrando minha mãe, o que resultou na sua detenção com base na Lei Maria da Penha".
Reginaldo foi preso suspeito de agredir e até jogar spray de pimenta no rosto do ex-marido, durante uma briga na casa dele na Ilha do Boi. A vítima chegou a publicar um vídeo nas redes sociais (veja acima) mostrando que teve de jogar leite no rosto para amenizar os efeitos do produto.
Em entrevista ao repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, o analista de sistemas Angelo Salvador disse que foi casado durante três anos, entre idas e vindas, com o empresário Reginaldo Castro Marba Junior. "Quando eu não fazia algo que ele não aceitava, ele começava a me xingar. Eu não aguentava mais essa pressão psicológica. Ele sempre pegava no meu braço para mostrar autoridade, me xingava direto", relatou.
No último sábado (7), a vítima contou que estava trabalhando quando o marido pediu para ele resolver questões de uma viagem. "Ele queria que eu fizesse aquilo naquele momento, que eu visse coisas relacionadas à viagem, mas eu estava trabalhando, então ele começou a se exaltar. Para não ter briga, eu preferi sair de casa. Ele ficou a noite toda mandando mensagens no WhatsApp. Me xingando, chamando de interesseiro, falando que eu não valia nada, que deveria morrer."
Angelo resolveu que iria dar um basta na relação. No dia seguinte, ele foi, com a mãe, até a casa do agora ex-companheiro para pegar seus pertences. "Quando eu cheguei lá, fui abrir a porta do escritório onde estavam minhas coisas e ele veio com tudo para cima de mim, tentando me enforcar. Minha mãe conseguiu separar, ele saiu de perto e ficou xingando. Comecei a pegar minhas coisas e colocar dentro do carro, e quando eu vi ele estava gritando com a minha mãe do lado de fora da casa. Ele empurrou a minha mãe e eu saí correndo para empurrar ele. Foi quando a gente começou a brigar", detalhou.
O empresário também é suspeito de quebrar o computador do ex-marido, como mostra o vídeo gravado pela vítima. A Polícia Militar foi acionada e Reginaldo foi levado à delegacia. Segundo a Polícia Civil, ele foi autuado em flagrante por lesão corporal qualificada, duas vezes por injúria e por dano ao patrimônio, ambos na forma da Lei Maria da Penha. Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
Na segunda-feira, durante a audiência de custódia, o empresário foi solto, sem necessidade de pagamento de fiança. Na decisão, a juíza Cristiana Lavínia Mayer alegou que “diante do reduzidíssimo número de funcionários atuando no cartório deste plantão de custódia, não foi possível a realização das pesquisas dos registros criminais do indiciado”, apontando ainda não haver requisitos para autorizar a prisão preventiva do empresário.
Em vez da reclusão, ele deverá cumprir uma série de medidas cautelares:
A juíza estabeleceu ainda que, caso o autuado descumpra qualquer uma das medidas, poderá ter decretada sua prisão preventiva.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta