Um empresário de 31 anos e o funcionário dele, um homem de 27 anos, foram presos na última quinta-feira (9) por estelionato e associação criminosa. A prisão aconteceu no momento em que os suspeitos recebiam móveis comprados de forma fraudulenta de uma loja de departamentos em Guarapari. A polícia não informou os nomes dos dois.
Segundo a Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, as investigações apontam que o empresário obtinha dados de cartões de crédito de terceiros e os utilizava para realizar compras de móveis, contando com a participação do funcionário para receber as mercadorias ou fazer a retirada diretamente na loja.
A Polícia Civil realizou, nesta segunda-feira (13), uma coletiva de imprensa para detalhar como agiam os suspeitos e dar orientações sobre a segurança de dados pessoais e bancários. O titular da Deic de Guarapari, Guilherme Eugênio Rodrigues, informou que as três vítimas que tiveram seus cartões clonados pela dupla são do interior de São Paulo.
Duas delas falaram com a polícia. "Uma das vítimas chegou a falar que viajou para uma cidade turística de São Paulo e acredita que, logo depois, foi vítima do golpe", relatou o delegado.
De acordo com o delegado Guilherme Eugênio, em todos os casos as operadoras de cartão constataram que se tratava de pagamentos fraudulentos e informaram que as vítimas foram ressarcidas. "O consumidor fica em uma posição difícil. É importante orientar as pessoas a bloquear os cartões físicos para compras por telefone", indicou.
O delegado conta que o empresário e o funcionário foram filmados em agosto deste ano, quando realizaram a compra de uma poltrona reclinável. Nesse pedido, os autores do golpe tiveram dúvida do que era mais seguro: buscar o produto adquirido na loja ou optar pela entrega no estabelecimento deles.
"Em meio a essa dúvida, optaram por buscar pessoalmente na loja. Embora não tenham sido identificados nominalmente esse dia, eles apareceram fisicamente na loja e foram filmados", detalhou.
Uma das vítimas é uma idosa de 88 anos que, segundo o delegado, é proprietária do imóvel onde funciona a empresa do estelionatário. "Ele usou o nome e CPF de uma pessoa de bem, cadastrou um chip em nome da idosa e um perfil de WhatsApp", contou.
O funcionário confessou à polícia que estava agindo a mando do empregador. A polícia constatou que os dois foram pessoalmente à empresa para receber a primeira compra realizada e os dois acabaram presos em flagrante, tendo a prisão convertida para preventiva.
O titular da Deic de Guarapari ainda observou que, em quase todas as situações de estelionato, as vítimas estão sempre longe do cartão que é utilizado pelos estelionatários. Ele afirma que os criminosos seguem essa regra para dificultar a ação policial. "Os estelionatários empregam esse tipo de recurso com o objetivo de dificultar a apuração", afirmou.
O único prejuízo de uma das vítimas foi a compra de uma poltrona, que chegou a ser efetivamente entregue — mas, posteriormente, a operadora de cartão também ressarciu o titular. A entrega de outros objetos, como mesas de computadores, por exemplo, foi acompanhada pela equipe do Deic de Guarapari.
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