Dois homens — um empresário e um funcionário dele — foram presos em flagrante na última terça-feira (5) por praticarem um crime conhecido como "golpe do financiamento". Os suspeitos, de 43 e 46 anos, foram autuados por três estelionatos e uma tentativa de estelionato. A prisão aconteceu na Grande Vitória.
À frente da Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações (Defa), o delegado Douglas Vieira afirmou que o dono da revendedora de automóveis e o empregado dele já fizeram, ao menos, quatro vítimas. Segundo ele, o esquema pode ter gerado prejuízos entre R$ 70 mil e R$ 100 mil.
"Algumas revendas de veículos têm autorização para fazer financiamento por meio digital, pelo sistema do banco, desde que o carro seja da loja e o cliente esteja no estabelecimento. Para ganhar dinheiro fácil, o lojista omite essas informações à instituição financeira e aplica o golpe", explicou.
Essa é a parte final de um complexo esquema criminoso. "Primeiro, a organização pega dados de uma vítima, a placa do carro de outra, falsificam o Documento Único de Transferência (DUT) e entregam tudo para um intermediário, que procura a revenda e faz a proposta", continuou o delegado.
Em alguns casos, quando os bancos exigem uma foto da pessoa que está contratando o financiamento, os golpistas se passam por uma agência de emprego e pedem a fotografia. "Outro sistema é a vítima ganhar um brinde e eles pedirem para tirar uma foto para postar nas redes sociais", disse Douglas.
Após aplicar o golpe, a revendedora recebe uma comissão do banco ou uma porcentagem do valor do financiamento. O restante do dinheiro vai para uma conta aberta de forma fraudulenta. "Essas quantias são pulverizadas em várias outras contas e sacadas imediatamente pelos criminosos nos caixas", completou.
Ainda de acordo com o delegado Douglas Vieira, a organização criminosa responsável por esse esquema é de São Paulo. Se ficar comprovado que os dois homens presos no Espírito Santo faziam parte dela, eles responderão também por esse crime — podendo a pena chegar a oito anos de reclusão.
Para evitar que mais pessoas sejam vítimas desse golpe, Douglas Vieira passou duas orientações principais: tomar cuidado ao fornecer dados pessoais a terceiros (porque criminosos podem obter financiamentos e abrir contas fraudulentas) e verificar periodicamente se não há alienação no veículo pelo site oficial Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES).
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