O dono de uma loja de armas em Vitória, identificado como Rodrigo Carlos Batista, foi preso na manhã desta quinta-feira (26) durante a Operação Silhueta. A ação, realizada pela Força de Segurança Pública do Espírito Santo, investiga a venda ilegal e o desvio de munições. Além do mandado de prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Vitória, e um sexto no município de Serra. Na Capital, a ação foi realizada na Ilha de Monte Belo, na Ilha de Santa Maria, no Jabour e na Ladeira de São Bento, no Centro.
Conforme apuração da repórter Gabriela Martins, da TV Gazeta, o empresário foi preso em casa, na Ilha de Monte Belo, onde a ação ocorreu em dois pontos. Ele é suspeito de fraude na venda de armas e munições.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem da TV Gazeta, o empresário preso tem uma loja de armas localizada a 300 metros da residência, onde também funciona um clube de treinamento de tiro.
Além do homem, uma mulher que estava na casa foi conduzida à sede da Polícia Federal, em Vila Velha. Dentro da residência, havia um malote e um carro de alto padrão avaliado em R$ 700 mil.
Já na Serra, o mandado de busca e apreensão foi cumprido em Morada de Laranjeiras e teve como alvo uma mansão, avaliada em R$ 2,5 milhões. No local, estaria o sócio do empresário.
O delegado chefe da Força Tarefa, Bruno Zane, afirmou que o homem será ouvido e encaminhado ao sistema prisional do Estado.
Segundo Zane, no estande de tiros, a pessoa poderia comprar 10 munições e dar 10 disparos. As pessoas assinavam um documento no final, afirmando terem dado os 10 tiros, só que no local, os funcionários colocavam que esses visitantes do estande haviam atirado 100 vezes.
"Isso é uma falsidade ideológica no documento. Essa munição, em um preço muito maior, clandestinamente, era vendido para facções, isso está sendo levantado ainda", afirmou o delegado. De acordo com ele, armas também teriam saído da loja investigada e teriam sido vendidas clandestinamente.
Responsável pela defesa do empresário, o advogado Frederico Selva afirmou que a empresa desconhece qualquer conduta ilegal e que as armas e munições são adquiridas e vendidas dentro do que prevê a legislação em vigor. "Estamos à disposição da Polícia Federal para juntar documentações e materiais que comprovam que não existe tal conduta", garantiu.
Especificamente sobre a prisão de Rodrigo Carlos Batista, o advogado considerou a medida excessiva e adiantou que pedirá o relaxamento à Justiça. "Vamos tomar as medidas que cabem a esse ato e, em juízo, também ficará comprovado que não existe qualquer ilegalidade", concluiu.
As primeiras ações relativas à Operação Silhueta ocorreram após a percepção de que os proprietários e funcionários do clube de tiro estariam vendendo munições de forma irregular, lançando nos mapas de venda os nomes de pessoas que já haviam comprado anteriormente em sua loja.
A partir daí, lançavam a compra de uma quantidade de munições em nome do cliente, embora aquela pessoa nunca tenha feito tal aquisição. Na sequência, a loja dava baixa em seu estoque e a munição era vendida no mercado clandestino por um valor bem acima do mercado.
As investigações também apontaram para a venda fraudulenta de pistolas semiautomáticas. Em razão do tipo de adulteração realizada nos números de série das armas, para concretização das vendas fraudulentas, os suspeitos acreditavam que permaneceriam impunes.
A Polícia Federal evidencia que os investigados fraudavam mecanismos de controle fiscalizatório de armas e munições, para venderem esses itens por preços superiores aos praticados no mercado legal e que, por vezes, acabavam nas mãos de membros de organizações criminosas da Grande Vitória.
O advogado do empresário, que havia sido procurado ao longo do dia, conversou com a reportagem e disse que vai provar a inocência do cliente dele. O texto foi atualizado com as falas do profissional.
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