Um empresário do ramo de café, conhecido como "Financeiro", foi preso preventivamente em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, nesta terça-feira (14), durante a Operação Chapa Branca, da Polícia Federal, que cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão no Brasil. O objetivo é combater uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas, que tentou utilizar os portos capixabas para enviar cocaína para a Europa, escondendo a droga em pisos de mármore e granito.
As informações sobre o alvo da PF no Estado foram repassadas em coletiva de imprensa nesta manhã. Imagens divulgadas pela corporação mostram a residência do homem preso. Na casa, foram encontrados armas, munições e veículos. O nome do empresário não foi divulgado.
O delegado Victor dos Santos Baptista explicou que o homem preso em Colatina tinha ligação com a parte financeira do grupo criminoso. A descoberta de quem era o homem começou a partir das investigações sobre 892 kg de cocaína descobertos em sacas de Café, em Santos (SP), em março de 2022.
As investigações mostraram ainda que ele participou da tentativa de envio de cocaína à Europa, escondendo o material em chapas de granito. Os 350 kg da mesma droga foram apreendidos em 6 de outubro de 2021, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.
Além do Espírito Santo, os mandados de prisão preventiva no âmbito da operação foram cumpridos nos Estados de São Paulo, Pernambuco e Paraná. O quinto cumprimento do tipo acontece na Hungria. Também são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, sendo:
Nas imagens abaixo também é possível ver outros bens apreendidos pelo país. Em Santa Catarina, foram duas motos e uma BMW. Já em São Paulo, foi um Porsche e um Jeep Renegade.
Com as medidas cumpridas nesta terça-feira (14), a Polícia Federal considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, em outubro de 2021, foram identificados e, agora, seguirão à disposição da Justiça Federal para responderem ao processo criminal.
Os investigados poderão responder pela prática de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 30 anos de prisão para cada.
A investigação começou em outubro de 2021, quando a Polícia Civil apreendeu 350 kg de cocaína que eram descarregados de um caminhão em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, e seriam ocultados em uma carga de chapas de granito para serem exportados à Europa.
Naquele momento, foram presos em flagrante um empresário e um ex-policial. Um terceiro homem, motorista do veículo carregado com a droga, conseguiu fugir, mas foi identificado e preso preventivamente em São Paulo. Nenhum nome foi divulgado.
Desde então, foram estabelecidas parcerias com a Receita Federal e cooperação internacional para obter provas que pudessem ajudar a determinar os demais envolvidos na exportação criminosa de drogas, que iria utilizar a estrutura portuária do Espírito Santo para o tráfico de entorpecentes.
No decorrer das investigações, foi verificado que a droga era adquirida na Bolívia e seguiria para o Porto de Le Havre, na França, de onde seria distribuída para outros países da Europa. Em solo nacional, a operação era controlada por uma das maiores organizações criminosas do país, liderada por um traficante conhecido como "Escobar brasileiro" – considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo em atividade, segundo a PF.
Preso no ano passado na Hungria, em uma parceria entre a Polícia Federal e a polícia de Portugal, ele é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, em especial, o de Santos (SP) e o de Paranaguá (PR). Ele tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para esses embarques.
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