Em depoimento prestado nessa quarta-feira (13) em Guarapari, o empresário Ronny Almeida Baptista alegou que matou o motociclista Dyogenes Souza por causa de uma briga de trânsito que teria acontecido há cerca de dois meses e gerado uma série de ameaças por parte da vítima. No entanto, apesar da versão apresentada por ele, investigar a motivação do crime segue sendo o principal foco da Polícia Civil.
À frente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari, o delegado Franco Malini revelou que a arma usada no crime é irregular e teria sido comprada há cerca de 20 dias no mercado clandestino – o que reforçou a necessidade da prisão temporária do suspeito.
Conforme relatado pelo delegado em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (14), o empresário disse que passou a ser ameaçado pelo motociclista depois de o ter fechado no trânsito, há cerca de dois meses. "Ele falou que teve uma briga por não ter dado seta", divulgou Franco Malini.
Depois da discussão, Dyogenes teria ido até a distribuidora de bebidas que pertence a Ronny. "A esposa dele teria sido ameaçada no local. Porém, não há qualquer ocorrência de ameaça registrada contra a vítima, nem pelo empresário nem pela mulher dele", esclareceu o delegado.
Para avançar nas investigações, a Polícia Civil também tenta ter acesso a imagens das horas que antecederam o crime. "A que temos já mostra a moto da vítima atravessada na frente do carro do autor, que alega que estava no bar e o encontro entre eles teria acontecido de forma casual", disse.
De acordo com o delegado Franco Malini, o empresário Ronny Almeida Baptista ainda não foi autuado. Até esta quinta-feira (14), há apenas o pedido de prisão temporária, solicitado com base em homicídio consumado. A expectativa é que a Polícia Civil conclua inquérito no período de 30 dias.
Depois de ter sido baleado e de passar pelo Departamento Médico Legal (DML), Dyogenes Souza estava sendo velado no final da manhã desta quinta-feira (14), em uma funerária no bairro Aeroporto, em Guarapari. No local, familiares dele afirmaram que não acreditam na versão de Ronny.
"Isso é uma mentira, porque o meu irmão não é de ameaçar. Se ele fez isso, foi na hora do estresse, da adrenalina, mas eu acho que é mentira. Sempre que ele entra em algum problema, ele fala com algum amigo e muitos amigos têm outra versão, a verdadeira" disse Wagner Souza, em entrevista à TV Gazeta.
Anteriormente, a mãe de Dyogenes também havia afirmado que o filho não costumava se envolver em confusões. "Ele só trabalhava: de dia no supermercado e de noite entregando lanches. Ele não tinha tempo para nada, nem para brigar. Meu coração está destruído. Eu quero Justiça", desabafou.
O crime que tirou a vida do motociclista Dyogenes Souza, de 25 anos, aconteceu na tarde da última terça-feira (12), no bairro Itapebussu, em Guarapari. Uma câmera de segurança mostra quando um homem sai de dentro de um veículo e atira várias vezes contra a vítima, que está de capacete, e fica caída no chão.
Nas imagens, a moto aparece parada no meio da Avenida Antônio Guimarães. Pouco antes do motoboy levar os tiros, ele aparece do lado do carro, perto da porta do motorista, aparentemente discutindo com ele. Logo depois dos disparos, o condutor manobra o automóvel e foge do local.
O assassinato aconteceu em frente a um bar da região e ao menos dois homens presenciaram toda a cena. No local, testemunhas contaram à TV Gazeta que o crime teria acontecido após uma briga de trânsito, porque o motorista do carro teria ficado bravo após o motociclista atingir o retrovisor dele.
Por meio do vídeo, a Polícia Civil identificou o autor dos disparos como sendo o empresário Ronny Almeida Baptista, de 30 anos. Enquanto a corporação tentava localizá-lo, ele se entregou, acompanhado de dois advogados. Na quarta-feira (13), a Justiça decretou a prisão temporária dele.
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