A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (15), a Operação Mau Cheiro, cujo objetivo é combater fraudes cambiais e evasão de divisas – crime cometido quando o dinheiro é enviado para outro país sem ser declarado. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Vitória, em endereços residenciais e comerciais ligados a um dos suspeitos.
O órgão investiga uma rede criminosa que faz operações de câmbio (negociação de troca entre duas moedas) sem o conhecimento de entes federais e lucra com a diferença de cotações entre a mercado comercial e o ilegal.
De acordo com a PF, um dos suspeitos teria utilizado contas bancárias de própria empresa, uma distribuidora de cosméticos, a fim de promover a saída de dinheiro para o exterior mediante a prática do "dólar-cabo".
O "dólar-cabo" consiste no recebimento de valores em real para se disponibilizar o equivalente em outras moedas no exterior, sem participação dos órgãos legais.
Exemplo: o criminoso que está no Brasil deposita R$50 mil para uma pessoa nos Estados Unidos, que converte esse valor em dólares, sem intermédio do Banco Central. Essa transição também pode ser feita do país estrangeiro para o Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, foram verificados R$ 74 milhões em transações de crédito e R$ 74 milhões em transições de débito entre os anos de 2017 e 2020 – valor incompatível com o faturamento e o porte da empresa do suspeito, que não teve o nome divulgado.
Segundo a corporação, ele recebia recursos oriundos de vários estados e, em especial, de empresas que atuam com importações sem qualquer relação com a empresa de cosméticos.
Superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas destacou que, durante a busca e a apreensão desta quinta-feira (15), o homem tentou esconder um aparelho telefônico no forro de gesso da própria casa, a fim de omitir provas.
"Os suspeitos, ao que tudo indica, praticavam fraudes cambiais e evasão de divisas, e mandaram cerca de R$74 milhões ilegalmente para o exterior. Durante o cumprimento da busca e apreensão, um dos investigados tentou esconder o telefone celular no forro de gesso da residência. O telefone foi identificado pela Polícia Federal e apreendido", afirmou.
O empresário investigado poderá ser responsabilizado pelos crimes de fraude cambial e evasão de divisas, com penas que podem chegar a dez anos de prisão, segundo a PF.
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