Suspeito de integrar uma quadrilha que desviou mais de R$ 30 milhões de uma instituição bancária de São Paulo, um empresário capixaba de médio porte, de 53 anos, foi preso pela Polícia Civil na manhã de quinta-feira (8), no Espírito Santo.
O caso foi divulgado pelo titular da Delegacia Especializada de Defraudações (Defa), delegado Douglas Vieira, em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (9). O nome do empresário preso não foi informado pela polícia.
O suspeito preso no Espírito Santo era, segundo a Polícia Civil, uma "célula" da organização criminosa e recebeu parte do dinheiro em sua conta bancária, cerca de R$ 6 milhões.
A quadrilha operava da seguinte maneira: no dia 5 de setembro, um suspeito conseguiu entrar, de forma clandestina, em um banco de São Paulo e instalar um dispositivo no computador do gerente, hackeando dados importantes da instituição. Com base nessa ação, a quadrilha conseguiu acessar a conta transitória da instituição, uma espécie de fundo do banco, e pulverizaram o valor de R$ 30 milhões para outros membros do grupo, de diversos Estados, incluindo esse empresário capixaba. O valor foi distribuído para 40 contas de todo o Brasil.
Além do capixaba, também houve prisões no Rio Grande Sul, Paraná Santa Catarina e São Paulo. Segundo a polícia, o empresário, que atua na Grande Vitória, foi preso saindo de uma agência da região, onde tinha sacado R$ 10 mil devido ao limite no horário e também porque a conta estava bloqueada para transferência, já que ele havia dado cheques sem fundo.
"Nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e aqui no Espírito Santo, os presos foram empresários que não conseguiram ter muito êxito em seus negócios e foram seduzidos pela proposta de integrantes dessa associação criminosa. Entende-se que possivelmente ganhavam alguns valores de uma forma mais fácil e repassavam a outra parte. Acabou não dando certo e a maioria está presa atualmente", relatou o delegado Douglas Vieira.
De acordo com a Polícia Civil, os membros que recebiam esses valores irregulares pulverizados incluindo o capixaba eram empresários que, antes, não tinham envolvimento com o crime e que não estavam obtendo sucesso em seus negócios.
Na investigação do esquema, a polícia descobriu a existência de três grupos: o homem responsável por hackear o banco, o grupo que seria responsável por cooptar parceiros para receber esses valores nas contas pessoais, e um terceiro grupo que são os empresários como o capixaba que recebiam esse dinheiro.
O empresário negou participação no esquema criminoso nacional e disse que a quantia de R$ 6 milhões faz parte de um valor de R$ 30 milhões que ele receberia de uma empresa da China para investir nos negócios que ele possui no Espírito Santo. A Polícia Civil foi questionada, mas não revelou o ramo de atuação do empresário e nem qual foi o banco vítima desse crime.
Além do capixaba, foram presos outras sete pessoas, sendo quatro delas em São Paulo, onde funcionava o núcleo principal da quadrilha.
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