Cinco pessoas suspeitas de lavagem dinheiro do tráfico de drogas, do comércio ilegal de armas e de agiotagem no Espírito Santo foram presas durante a "Operação Desarmonia". A investigação aponta que o grupo agia — nas palavras de autoridade da Polícia Civil — como "empresários do crime" e, em quatro anos, movimentou o equivalente a R$ 40 milhões. Além das prisões, drogas, armas e carros de luxo foram apreendidos por meio de decisões judiciais.
As prisões foram efetuadas pelo Departamento Especializado em Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil, após uma investigação que durou aproximadamente um ano. A organização utilizava empresas de fachada para lavar o dinheiro adquirido por meio das práticas criminosas. e atuava em toda a Região Metropolitana de Vitória.
De acordo com a delegada Larissa Lacerda, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), o mecanismo de atuação transformava o dinheiro ilícito em lícito. "A organização criminosa era responsável pela lavagem de dinheiro. Eles agiam como uma espécie de 'empresários do crime'. Estabeleciam sociedades com empresas à beira da falência e transferiam quantias vultuosas, de forma que as transações tivessem aparências lícitas [corretas]. São indivíduos jovens, com idades entre 24 e 39 anos, todos eles empresários que ostentavam vidas de luxo", explicou.
Ainda segundo a delegada, os cinco presos faziam a "parte intelectual do crime". Eles foram encaminhados ao sistema prisional por meio de mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça, mas não tiveram os nomes divulgados pelas autoridades. Mais detalhes sobre quais eram os tipos das empresas utilizadas não foram reveladas.
De acordo com a Polícia Civil, uma pessoa está foragida e fugiu para os Estados Unidos usando documentos falsos. Ao todo, a operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em cidades da Grande Vitória e em São Mateus, região Norte do Estado.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 3 milhões de pessoas envolvidas. Ao todo, houve o sequestro de 10 veículos pertencentes ao grupo, maioria de carros de luxo. O termo "sequestro de bens" é usado para indicar uma medida judicial adotada para "bloquear" os itens, garantindo que eles não sejam vendidos, por exemplo, enquanto a Justiça analisa o caso.
Na avaliação do delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, a operação é importante por descapitalizar o crime, ou seja, impede a continuidade da atuação, retirando o poder dos indivíduos. "A delegacia vem trabalhando neste tema há um tempo, é a terceira operação semelhante. O dinheiro será investido em profissionalização da equipe da Polícia Civil", finalizou.
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