Homens encapuzados colocaram fogo em um ônibus do Transcol por volta das 12h desta sexta-feira (7) na BR 101, na altura do bairro Nova Carapina, no município da Serra. Carros que estavam próximos ao coletivo também foram atingidos pelo fogo.
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado para atender à ocorrência de incêndio em coletivo no local. Segundo a corporação, passageiros do ônibus informaram que indivíduos encapuzados mandaram os ocupantes do veículo descerem e atearam fogo no ônibus. As equipes dos Bombeiros estiveram no local.
A reportagem de A Gazeta demandou a Polícia Militar para saber se houve acionamento para a ocorrência. Quando houver retorno, este texto será atualizado.
O incêndio ao coletivo foi registrado no mesmo momento que um protesto era realizado por moradores do bairro Cidade Pomar, na Serra, pedindo justiça para a morte de um rapaz identificado como Vanderson Araújo, 21 anos.
Revoltados, os manifestantes colocaram fogo em pneus e outros objetos para fechar as ruas do bairro. O comércio do bairro amanheceu com as portas fechadas. No local, moradores falaram para a reportagem que o comércio não abriu em homenagem ao rapaz, que era querido no bairro.
Já a PM informou que foi um toque de recolher imposto por criminosos da região. Por volta do meio-dia, policiais militares foram ao local para dispersar o protesto dos moradores e liberar as vias do bairro. O Corpo de Bombeiros também foi ao local para acabar com o fogo.
Segundo a Polícia Militar informou à reportagem da TV Gazeta, Vanderson estava em uma moto por volta de 1h da madrugada desta sexta, junto com a namorada, uma adolescente de 14 anos, quando PMs em uma viatura que fazia ronda pelo bairro suspeitaram da forma como ele estava andando com a moto, momento em que os policiais deram voz de parada para o rapaz, que teria desobedecido.
Ainda de acordo com a PM, começou uma perseguição e houve uma batida entre a viatura dos policiais e a moto que era conduzida por Vanderson. Segundo a PM, neste momento, Vanderson, que estaria armado, teria se levantado e feito menção de atirar contra os policiais. Com essa reação, um policial atirou e acabou baleando Vanderson. Ele chegou a ser socorrido pelos policiais, mas não resistiu e morreu.
Segundo o capitão Tales, da PM, Vanderson tinha passagem na polícia por tráfico de drogas e também pelo crime de receptação.
No bairro, moradores de Cidade Pomar negam a versão da PM de que Vanderson estaria armado. Segundo algumas pessoas contaram para a reportagem da TV Gazeta, o rapaz era padeiro, estava trabalhando atualmente e não tinha envolvimento com crimes. "Ele não estava armado, ele trabalhava na padaria com a mãe dele, nunca teve atrito com ninguém", contou uma moradora, que não quis se identificar.
Um familiar de Vanderson, que preferiu não ser identificado, garantiu que não houve pedido de parada. "Os policiais viram eles, não abordaram, não ligaram a sirene, só jogaram o carro em cima. Ele e a namorada caíram no chão. Ela garantiu que ele não estava armado e que não deu fuga. Tenho certeza que ele não ia colocar a vida dele e da namorada em risco", contou.
"No passado, ele teve algumas passagens (pela polícia), mas mudou de vida. Ele estava trabalhando junto com a família na padaria. Era um menino bom e honesto. Agora, o que nós esperamos é justiça. Isso não pode ser mais um crime que acontece e fica impune. Queremos justiça, porque foi uma bruta de uma covardia o que fizeram com ele", afirmou.
Parente informou a versão da família sobre a morte de Vanderson. O texto foi atualizado.
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