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Enfermeira morta no ES: o que a polícia sabe até aqui sobre o crime

Enfermeira morta no ES: o que a polícia sabe até aqui sobre o crime

Principal suspeito é o ex-namorado da vítima, Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos; ele foi preso e negou ter matado Íris Rocha, que estava grávida de 8 meses

Publicado em 20 de janeiro de 2024 às 08:29

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves
Íris Rocha de Souza, de 30 anos, enfermeira grávida morta em Alfredo Chaves. (Redes Sociais)
Maria Fernanda Conti
[email protected]
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

Há pouco mais de uma semana, um crime que chocou o Brasil era descoberto na cidade de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. Íris Rocha de Souza, de 30 anos, que estava grávida de oito meses, havia sido morta com dois tiros no peito, coberta com cal e abandonada em uma estrada de chão da região. Investigações da Polícia Civil apontam que o principal suspeito do crime é o ex-namorado dela, Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos

O enredo foi ganhando novos desdobramentos à medida que diligências eram feitas pela corporação. Os detalhes foram divulgados na última quinta-feira (18), durante uma coletiva de imprensa com as forças de segurança do Estado.

Confira abaixo um ponto a ponto de tudo o que já se sabe sobre a morte da enfermeira. 

Sumiço

Comandada pela delegada Maria da Glória Pessotti, titular da Delegacia de Alfredo Chaves, a investigação apontou que Íris teria sumido na quarta-feira (10), um dia antes de o corpo dela ser encontrado. 

Segundo familiares, a jovem teria feito o último contato com a mãe por WhatsApp exatamente na quarta (10), dizendo que iria para a casa dela no final de semana. Íris chegou a fazer compras em um supermercado de Vitória na manhã daquele dia, conforme ficou constatado por uma nota fiscal encontrada no bolso da vítima.

"Na quarta-feira passada, ele busca a vítima na Ufes [no campus de Maruípe, em Vitória, onde fazia mestrado], e depois ninguém mais tem contato com ela. Temos imagens da Íris entrando no carro dele por volta de 12h", apontou a delegada.

Mapeamento da área

A titular da DP também identificou que o suspeito foi até à região Serrana do Estado dias antes do crime, possivelmente para saber o local onde depositaria o corpo da vítima.

Aspas de citação

Nós acreditamos que ele foi na terça (9 de janeiro) para aquela região para verificar o local

Maria da Glória Pessotti
Delegada de Alfredo Chaves
Aspas de citação

O ponto onde o corpo foi encontrado, segundo a delegada, era ermo e com pouca movimentação de pessoas. "Fiquei umas três horas lá e passavam poucos veículos. A maioria era moto. Acreditamos que ele tentou jogar de uma pirambeira [ribanceira], porque o corpo dela estava a um metro da estrada", explicou.

A corporação também acredita que Cleilton tenha coberto Íris com cal – um material da construção civil – para ocultar e dificultar na localização do cadáver. Constatou-se ainda que ele tentou descaracterizar o carro utilizado no crime. 

Vítima é localizada

Maria da Glória Pessoti pontuou ainda que o corpo de Íris foi encontrado na quinta-feira (11), por volta de 12h30. "Recebemos uma ligação e tinha sangue na estrada. Por isso identificamos. Ela carregava o cartão de um banco, mas o nome estava incompleto", disse. 

Naquele momento, um novo desafio se iniciava: encontrar a família da enfermeira. "Ligávamos para as pessoas e achavam que era trote. Mandamos um policial ir até casas de mulheres com o nome 'Íris'", comentou a delegada.

A motivação para o homicídio ainda é desconhecida. Segundo a Polícia Civil, o celular da vítima não foi localizado.

Relacionamento abusivo

Durante as investigações, também foi identificado que Cleilton tentava controlar a vida da enfermeira, sempre a aguardando do lado de fora do trabalho e até respondendo mensagens do celular dela. 

"Ele passava 24 horas por dia monitorando a vítima. Ela estava em um relacionamento muito abusivo. Ele controlava toda a vida dela, de passar várias horas por dia do lado de fora do trabalho dela na Ufes. O telefone dela ficava com ele, que respondia as mensagens. Ela era controlada por ele", afirmou Pessotti. 

Negou o crime

Questionado pelas autoridades, o suspeito negou ser o autor do crime. Cleilton Santana dos Santos vai responder por pelo menos três crimes: feminicídio, ocultação de cadáver e aborto

A reportagem de A Gazeta tenta um novo posicionamento da defesa do investigado. 

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