A enteada do tenente da Polícia Militar que foi preso por tráfico de drogas na terça-feira (27), Samara Jesus Silva, cumprirá prisão preventiva junto do filho, que ainda é bebê. Embora a idade do menino não tenha sido revelada, a criança está em fase de amamentação e, por esse motivo, ficará com a mãe até completar dez meses.
A permanência dela em um presídio feminino do Espírito Santo foi decretada após uma audiência de custódia, realizada na manhã desta quinta-feira (29). De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Samara está detida no Centro Prisional Feminino de Cariacica, mas o bebê ainda não foi entregue na unidade.
Segundo consta no texto da decisão judicial, a defesa de Samara chegou a solicitar liberdade provisória por ela não ter antecedentes criminais e por possuir, além do bebê, um filho diagnosticado com espectro autista. No entanto, a juíza Raquel de Almeida Valinho julgou a possibilidade "temerária" e a "prisão preventiva oportuna".
O mesmo parecer também foi dado ao padrasto dela, Ercilio Silva da Rocha que é tenente da reserva da PM e ao empresário Alexandre Miranda Omo. Os três foram presos em flagrante por envolvimento com o tráfico de drogas. Na terça-feira (27), uma operação apreendeu 230 kg de maconha na casa do policial.
Vale lembrar que na casa de Samara Jesus Silva os policiais também encontraram um caderno com anotações do tráfico de drogas, uma balança de precisão, uma carta com orientações vindas do sistema prisional, dois celulares e dois comprovantes de depósitos. Além de R$ 2,5 mil em dinheiro.
Diferentemente dos outros dois envolvidos, ela responde apenas pelo crime de associação ao tráfico, tipificado no Artigo 35 da Lei 11.343 de 2006, que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). A pena prevê reclusão de três a dez anos e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa.
À frente da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc), o delegado Alexandre Falcão revelou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28), que o tenente da PM era o responsável por armazenar e distribuir os entorpecentes. Em troca, ele recebia o pagamento de R$ 5 mil, feito pelo empresário.
Deflagrada na terça-feira (27) em Vila Velha, Cariacica e Guarapari, a operação da Polícia Civil foi batizada de Casa de Papel, porque Alexandre Miranda Omo era chamado de "Professor" pelos traficantes e utilizava uma foto do personagem homônimo da série espanhola como a do perfil, em um aplicativo de mensagens.
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