A Praia do Riacho, em Guarapari, registrou quatro mortes por afogamento em 13 dias. O elevado número em um curto período chamou a atenção e a reportagem de A Gazeta procurou o Corpo de Bombeiros para saber por qual razão o local tem registrado índices tão altos.
O Corpo de Bombeiros afirmou que, a partir de um mapeamento, foi possível constatar que o local tem a formação geográfica conhecia como ‘praia de tombo’, formada por areia grossa e cuja profundidade aumenta abruptamente após uns poucos passos em direção ao mar.
Além disso, outros dois fatores convergem para a ocorrência de afogamentos com mortes. O primeiro é a correnteza que vem do mar para o litoral e que forma correntes de retorno.
Esta correnteza mantém as pedras da costa constantemente molhadas e escorregadias e dificulta a saída do banhista que cai na água. Por um lado, a onda lança o banhista contra as pedras e, por outro, o lança contra a areia.
A convergência das duas linhas prende o banhista dentro da água, que não consegue nadar para nenhuma direção. Desta forma, uma pessoa que tenta caminhar sobre as pedras corre sério risco de ser atingida por uma onda, cair em um local profundo e não conseguir sair.
O segundo fator é a tentativa de socorro por pessoas não treinadas. Nas duas últimas ocorrências, uma pessoa caiu e outra tentou ajudar, ocorrendo, em ambas ocasiões, o afogamento das duas vítimas.
O Corpo de Bombeiros orientou que banhistas sempre verifiquem a sinalização das praias, realizada pela Prefeitura de Guarapari, dê preferência a praias onde haja guarda-vidas e, caso presencie um afogamento, não tente prestar socorro sem treinamento e equipamentos adequados.
Mais um corpo foi encontrado, na manhã de sábado (5), na Praia do Riacho. A vítima é um homem, que vestia apenas uma bermuda cor-de-rosa. O caso foi o quarto em 13 dias na região.
Os bombeiros foram acionados por moradores da localidade, que encontraram o corpo em adiantado estado de decomposição na areia, em frente a um galpão de panelas.
Na última quarta-feira (2), também foi localizado o corpo de uma vítima de afogamento na Praia do Riacho. Tratava-se de um dos dois homens que desapareceram ao serem levados pela água após entrarem no mar durante a madrugada do mesmo dia, na Praia das Pelotas, também em Guarapari. A suspeita é que a vítima encontrada no sábado possa ser o outro desaparecido.
O local é o mesmo onde dois jovens de Minas Gerais, namorados, que estavam em uma excursão, se afogaram no dia 23 de julho após caírem de uma pedra na água.
Anderson Tito e Thiago José morreram após escorregarem de uma pedra na praia na tarde do dia 23 de julho. O corpo de Thiago foi encontrado primeiro, na tarde do dia 25, na Praia de Guaibura, e o Anderson, namorado dele, foi localizado por populares no dia seguinte, 26 de julho.
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