O entregador de lanches Emerson Maia de Roma, que trabalha para um aplicativo, morreu em um grave acidente em Jardim Camburi, que aconteceu por volta das 22h30 de sábado (10).
Ele, que estava numa moto, colidiu com um carro no cruzamento da Rodovia Norte Sul com a Avenida Raul Oliveira Neves, caiu no asfalto e acabou perdendo a vida na hora, sem chance de ser socorrido. O motorista do veículo que se envolveu no acidente teve o teste de bafômetro positivo, segundo informações da Polícia Militar.
O jovem de 24 anos foi mais um trabalhador dessa modalidade, categoria, aliás, que cresceu muito na pandemia, a morrer no trânsito durante a atividade profissional nos últimos meses.
Emerson era estudante de Direito. Além de trabalhar com o serviço de motoboy, também era dono de uma hamburgueria. Uma ambulância particular que passava pelo local na hora do acidente chegou a prestar atendimento a vítima e identificou o óbito no local.
Segundo informações da PM, a polícia foi acionada às 22h43 e, ao ter a morte do jovem confirmada, chamou a perícia. O condutor do veículo Ford Ranger permaneceu no local após a batida, segundo os policiais que atenderam a ocorrência. Ele não teve ferimentos. O homem, de 63 anos, foi encaminhado à Delegacia Regional de Vitória.
Para os militares, ele afirmou que vinha no sentido Serra, acompanhado do filho de 13 anos, e que a moto colidiu em alta velocidade com seu carro.
Em nota, a polícia informou que ambos os cruzamentos estavam devidamente sinalizados e a pista não estava molhada, não sendo possível esclarecer no momento do fato quem causou o acidente.
Nas redes sociais, Emerson se descrevia como um empreendedor e dono de uma hamburgueria em Vitória. A página da lanchonete postou nesta madrugada uma mensagem de luto e informou que ficará fechada por tempo indeterminado.
Gabriel Torneri, um amigo da vítima, relatou para a reportagem que familiares e colegas de profissão foram até o local e aguardaram por mais de três horas para o corpo ser recolhido pelo rabecão. Ele contou que Emerson fazia entregas via aplicativos e também para o próprio estabelecimento. Ele disse ainda que o motociclista bateu na parte lateral da caminhonete.
Segundo Gabriel, o amigo vivia a vida da melhor forma e jogava altinha todas as tardes na praia. "Ele era uma pessoa maravilhosa, que estava sempre rindo e não tinha problemas com ninguém", disse.
A Polícia Civil foi questionada sobre o motivo demora do atendimento e informou que que as equipes do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória receberam três acionamentos no mesmo período, em locais distantes e de longo deslocamento. "Algumas remoções foram realizadas em locais de difícil acesso, de forma que o recolhimento demorou mais que o normal. Após a realização dos trabalhos periciais, o corpo foi recolhido e encaminhado para o DML, para ser identificado pelos familiares e para ser feito o exame cadavérico".
A PCES disse ainda que a ocorrência será encaminhada para Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT). "Todas as medidas legais foram adotadas e estão tramitando dentro prazo legal", informou. Como o condutor prestou socorro à vítima, não pode se aplicar uma prisão em flagrante, de acordo com a Polícia Civil. Por isso, o motorista, de 63 anos, foi conduzido à Delegacia Regional de Vitória onde prestou esclarecimentos e foi liberado para responder em liberdade provisória.
Profissão de risco constante, não são raros os casos de acidentes fatais com entregadores de aplicativo na Grande Vitória. No mês passado, um entregador de 31 anos morreu após ser atingido por um carro e ser arremessado para o outro lado da pista na Avenida Fernando Ferrari, em Vitória.
Em março, uma estudante de Fisioterapia que também fazia entrega de comida por aplicativo morreu na Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, após um grave acidente envolvendo três veículos.
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