O Espírito Santo já registrou 470 casos de estupro de crianças e adolescentes de janeiro a junho de 2020. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e revelam que, em média, mais de duas crianças são violentadas por dia no Estado. Na Grande Vitória a média é de pelo menos um caso por dia.
De acordo com Diego Bermond, delegado adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), esse número é ainda maior, uma vez que subnotificações são comuns nesses casos.
"Esses casos têm sido estáveis ao longo da pandemia, mas nós acreditamos, que pelo delito de estupro de vulnerável ser um delito clandestino, existe subnotificação com relação a esses casos. Durante esse período de quarentena, nós acreditamos que a subnotificação seja maior ainda. Existe um registro, em média, de estupro de vulnerável na nossa unidade policial por dia", afirmou o delegado em entrevista à TV Gazeta.
O delegado lembrou ainda que na maioria das vezes o estupro contra criança costuma ser cometido por alguém próximo. Por isso, é muito importante ficar atento a qualquer sinal de que a vítima foi violentada. No caso da menina de 10 anos que engravidou em São Mateus, no Norte do Estado, por exemplo, o acusado é o próprio tio da criança.
"O crime de estupro de vulnerável, em regra acontece em uma casa, em um quarto fechado. Muitas vezes não tem testemunha. O perfil desses abusadores muitas vezes é o mesmo, alguém que faz parte do ciclo familiar dessa criança, vizinhos, parentes. A vítima não se sente confortável de noticiar que foi vítima de um estupro. É um crime muito grave, um crime hediondo. Por isso nós fazemos um apelo à população para que fique atenta aquela criança ou adolescente que apresente algum sinal de que está sendo abusada", explicou.
O estupro contra criança ou adolescente pode ser registrado em qualquer delegacia. No entanto, na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente a vítima é atendida também por uma assistente social e por uma psicóloga.
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