Dados de incêndios criminosos a ônibus em 2020 revelam uma das faces da escalada da violência no transporte público da Grande Vitória. O número de coletivos do Sistema Transcol incendiados de janeiro a novembro deste ano é o maior que a quantidade de ocorrências do tipo registradas no mesmo período dos últimos quatro anos, considerando os registros desde 2017.
Comparando com 2019, o número de coletivos do Transcol incendiados de janeiro até essa primeira quinzena de novembro deste ano é quatro vezes maior. O número de 2020 é superior, inclusive, ao ano de 2017, quando o Estado viveu a greve da Polícia Militar e ficou sem policiamento nas ruas por três semanas.
Em 2020, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) já registrou 12 veículos do Transcol incendiados por bandidos, totalizando um prejuízo de cerca de R$ 4,8 milhões (R$ 400 mil por cada ônibus).
O último caso ocorreu na tarde do último domingo (8), quando um ônibus da linha 705 do Sistema Transcol, que seguia para Nova Brasília, em Cariacica, foi incendiado por um grupo de mais de 10 homens em Itacibá. O fato aconteceu cerca de cinco minutos após a tentativa de homicídio a um homem, conhecido como Mineirinho, na Rua 16 de Abril, na região da Maré, conhecida pelo tráfico de drogas.
Entre janeiro e novembro de 2019, foram três ônibus do Transcol incendiados, de acordo com o GVBus. No mesmo período de 2018, o sindicato registrou nove coletivos queimados. Já de janeiro a novembro de 2017, ano da greve da Polícia Militar, houve o registro de nove incêndios criminosos contra ônibus da frota seis deles durante a paralisação.
Em alguns dos casos registrados neste ano, os bandidos deixaram bilhetes dizendo que os ataques eram uma represália à forma com que os presos são tratados no sistema prisional capixaba.
Na época, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que administra os presídios, garantiu que a alimentação ofertada nas unidades é baseada em padrões de qualidade, elaborada e supervisionada por nutricionistas. E disse também que não comunga com práticas de tortura, que tem como princípio o respeito aos direitos humanos e que denúncias de agressão podem ser encaminhadas à Corregedoria.
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