Quem começou a divulgar mensagens sobre um suposto massacre a escolas do Espírito Santo será identificado e responsabilizado – ao menos é isso que prometem as autoridades de segurança do Estado. As publicações, que foram classificadas como "boatos", começaram a viralizar na noite deste domingo (9).
À frente da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), o secretário Alexandre Ramalho afirmou que os setores de inteligência trabalham para identificar o IP do computador usado para disparar a primeira dessas postagens. O número é como se fosse uma digital do aparelho, pelo qual é possível rastreá-lo.
Segundo o coronel Ramalho, uma reunião tratou do assunto na manhã desta segunda-feira. Participaram membros da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Associação Brasileira de Inteligência (Abin). Ainda de acordo com o secretário, tudo não passa de um boato, conforme apontam alguns indícios.
"Pelo histórico de massacres, os autores não disseminam mensagens dizendo o que vão fazer. Nunca houve essa massiva divulgação. As mesmas imagens também já foram usadas em outros estados. Uma das mensagens ainda cita uma escola nossa que já foi demolida", ressaltou.
Apesar das mensagens viralizadas não tratarem de um ataque real, muitos alunos deixaram de ir a escolas nesta segunda-feira (10) por medo. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), as aulas foram mantidas normalmente, mas tiveram uma frequência abaixo da média devido ao boato.
"É uma situação que nos exige muita atenção e cuidado, mas não estamos na iminência de um ataque orquestrado. É importante ter clareza disso. A preocupação das famílias é compreensível, mas só estamos aqui porque centenas de pessoas divulgaram um boato", afirmou o secretário Vitor de Angelo.
Neste tipo de caso, a orientação é que pais, alunos e profissionais da educação não disseminem as mensagens. "Precisamos conduzir essas informações para os canais corretos: o 181 em caso de denúncia, e o 190 para casos concretos, de emergência. Os demais poucos poderão fazer", defendeu.
Além disso, o secretário destacou a importância da educação vigilante para evitar novos episódios. "Precisamos estar atentos ao que os nossos filhos estão fazendo. É preciso acompanhar e monitorar para o caso de ser o seu filho estar participando ou disseminando um ato como este", concluiu.
Aproveitando o contexto do suposto ataque escolar no Espírito Santo, as autoridades adiantaram que o "Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Escolar" será divulgado no próximo dia 27 de abril. O objetivo é reforçar a segurança da comunidade estudantil e montar um protocolo de ação.
Entre as melhorias abrangidas está um canal de atendimento específico para ocorrências em colégios, dentro do Disque-Denúncia (181). O projeto está sendo elaborado desde o início do ano com 16 grupos temáticos e interdisciplinares. O anúncio oficial será feito pelo governo do Estado.
Por volta de 11h, pouco antes da coletiva de imprensa desta segunda-feira (10), o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que "qualquer tentativa de aterrorizar o sistema escolar será combatida" e que as equipes "estão apurando com rigor informações falsas e seus autores sobre ameaças de ataques".
Diante das mensagens compartilhadas, a Prefeitura de Linhares também anunciou um plano de segurança para as escolas municipais, no qual cada unidade de ensino contará com um agente da Guarda Civil. Além da criação de um núcleo com a presença de psicólogos e assistentes sociais.
"Outra medida será ampliar o diálogo com a Polícia Militar e a Polícia Civil para o atendimento de ocorrências no ambiente escolar. As unidades já possuem câmeras de monitoramento, que estarão integradas às ações do plano, e 12 motos foram entregues para reforçar a patrulha escolar", informou.
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