A escola de Ensino Fundamental Neusa Nunes Gonçalves, em Nova Palestina, Vitória, amanheceu de portas fechadas. O motivo da suspensão das aulas presenciais é a insegurança, já que constantes tiroteios e confrontos entre criminosos vêm sendo registrados na região onde a unidade funciona.
O aviso sobre o fechamento da escola foi encaminhado aos pais na noite desta segunda-feira (27). No comunicado, a direção da escola explicou que irá procurar a Secretaria de Educação da cidade para discutir sobre o cenário de violência na comunidade. Enquanto isso, as aulas ocorrerão apenas de forma on-line.
A situação de medo, que põe em risco a segurança de alunos e professores, é confirmada pelos moradores do bairro. Uma mulher, que preferiu não se identificar, contou que as próprias crianças estão assustadas.
"Meu filho estuda no Neusa Nunes. Não está tendo aula por causa da violência, do tiroteio. Meus filhos estão com medo de ir para a escola, até mesmo de ir para a rua. Estou querendo mudar daqui porque meus filhos não estão vivendo em paz. Estão com medo", lamentou.
A Secretaria de Educação de Vitória (Seme) informou que as aulas presenciais não foram suspensas por orientação da administração.
"A titular da Seme, Juliana Rohsner, esteve presente em reunião do Conselho de Escola neste mês de setembro e, depois, houve outra reunião sobre segurança pública no auditório da Seme com alguns representantes da escola. Nesses encontros, a Seme reforçou a necessidade de manter a escola aberta, com aulas presenciais", diz parte da nota da secretaria.
Segundo a secretaria, a Guarda Municipal tem estado presente nos horários de entrada e saída dos três turnos de aula na escola; obras de emergência nos muros já foram iniciadas; além de liberação do recurso para as emergências.
Para esta quarta (29), de acordo com a secretaria, as aulas presenciais estão mantidas, e a presença da Guarda Municipal será intensificada.
A Polícia Militar ressaltou, em nota, que o policiamento no bairro segue intensificado com militares em escala extra, além das equipes da Força Tática e Cimesp, que reforçam o policiamento com operações constantes de ponto base, ponto de bloqueio, saturação e cercos táticos, além do patrulhamento preventivo em toda a região.
Moradores de Nova Palestina já perderam a conta de quantos tiroteios presenciaram nas últimas semanas.
No sábado (25), uma bomba foi detonada e uma casa incendiada por criminosos. Na última quinta (23), outro tiroteio foi registrado na região. Segundo os moradores, os disparos aconteceram entre 2h30 e 5h. Criminosos teriam entrado no bairro e atirado em direção às casas. Até uma garrafa com combustível foi jogada em uma casa. Por sorte, o fogo apagou.
À noite, policiais militares fizeram uma operação e percorreram várias ruas da região à procura de drogas, armas e criminosos que poderiam estar escondidos.
Também neste mês, um morador encheu as mãos com balas disparadas por criminosos que entraram no bairro se passando por entregadores.
Como Nova Palestina se tornou uma região de conflito entre traficantes, os moradores pedem uma base da polícia no bairro. A violência na região motivou um protesto no dia 13 de setembro.
Com informações de Diony Silva, da TV Gazeta
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