Uma bomba de fabricação caseira foi localizada na manhã deste domingo (24), próximo à Rodovia Serafim Derenzi, na Região da Grande São Pedro. O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar do Espírito Santo foi acionado e realizou a detonação do artefato, que havia sido abandonado em meio ao mato. A via chegou a ficar interditada para o trabalho da equipe, e foi liberada no final da manhã.
De acordo com a equipe, o objeto é semelhante a outro artefato explodido pelo Esquadrão Antibombas no último sábado (16), na Rua Neves Armond, na Praia do Suá, também na Capital. Na bomba caseira, havia pólvora, sem vestígio de outros materiais, como pregos.
Assim que chegou à Rodovia Serafim Derenzi, a equipe do esquadrão isolou a área, dando um distanciamento em relação ao objetivo de 200 a 300 metros e, logo depois, realizou os procedimentos para a detonação.
O tráfego ficou interditado na rodovia durante o trabalho dos policiais. O trânsito foi desviado para o interior do bairro. O trabalho da equipe durou cerca de três horas e foi encerrado no final da manhã.
Só este ano o Esquadrão Antibombas já atendeu a 27 ocorrências semelhantes. Em pouco mais de um mês, eles foram acionados seis vezes, sendo quatro delas em Vitória, uma em Cariacica e uma em Vila Velha. No ano, já foram passado foram 24 ações desse tipo em todo o Espírito Santo.
Os artefatos explosivos que têm assustado os moradores da Grande Vitória são fruto da disputa pelo tráfico de drogas, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Eles são usados na luta entre facções rivais e servem tanto para atacar adversários na disputa por territórios quanto para demonstrar poder.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, em entrevista durante esta semana, os materiais são encontrados em locais onde há forte presença de grupos de traficantes. Trata-se de explosivos artesanais, improvisados, que os próprios criminosos fabricam ou compram de alguém que produz.
O que torna a situação ainda mais perigosa para a população é o fato de que o uso de explosivos é cada vez mais frequente e os bandidos não parecem ter muito conhecimento sobre como detoná-los. “Temos percebido aumento de apreensões e um descuido disso em determinados locais. São explosivos que não detonaram por desconhecimento deles. Às vezes não sabe nem qual é o mecanismo de acionamento deles. É extremamente perigoso nas mãos de pessoas inadequadas”, afirmou Ramalho.
Segundo um integrante do esquadrão antibombas que não quis se identificar, os artefatos são usados para intimidar, causar pânico, em uma estratégia que se assemelha ao terrorismo. “Eles querem causar pânico e sensação de insegurança, tanto na população quanto nos rivais. O risco é de todo mundo, mas a destinação deles é a guerra do tráfico”, disse.
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