O motorista envolvido na morte de um estudante de Enfermagem permanecerá preso após a investigação da Polícia Civil apontar diversas imprudências cometidas por ele. O acidente, que ocorreu na sexta-feira (17), aconteceu após o condutor ultrapassar dois veículos pela contramão e permanecer na faixa para quem seguia na direção contrária da Rodovia do Sol, na altura do bairro Lameirão, em Guarapari. Assim, ele colidiu frontalmente com o motociclista Daniel Vieira Marques dos Santos, que morreu na mesma hora, segundo a Polícia Civil. O nome do motorista não foi informado pela Polícia Civil, mas A Gazeta apurou, com base em uma audiência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que é Cleiton Conceição Ferreira.
O titular da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Guarapari, delegado Marcelo Santiago, informou que o condutor não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O homem ainda não aceitou fazer o teste do bafômetro, porém, apresentava quatro características compatíveis para embriaguez. Além disso, o veículo não pertencia a ele e foi cedido por um amigo.
“Nós conseguimos comprovar que esse veículo foi cedido a ele de forma espontânea, tendo o dono desse veículo também sido responsabilizado pelo artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro – quando você empresta, cede ou que uma pessoa não habilitada ou uma pessoa que não se encontre em condições, que no caso dele era embriaguez, assume direção de veículo automotor”, frisou Santiago.
De acordo com o delegado, uma testemunha que estava na rodovia viu toda a construção do acidente. A pessoa que prestou depoimento contou que estava dirigindo enquanto o motorista, suspeito da morte do estudante, seguia atrás dele.
Nesse momento, percebeu a imprudência na direção. Por isso, quem viu toda a ação, confirmou que o homem de 27 anos começou a ultrapassagem em espaço proibido.
“Logo após fazer (a testemunha) uma direção defensiva para se esquivar de um futuro acidente, o motorista do Jeep Compass ultrapassa um local proibido, deserto e muito escuro. Ele passa o veículo dessa testemunha ocular, ultrapassa outro veículo que estava à frente, e mesmo podendo retornar para a via certa da direção, se mantém na contramão”, disse o delegado.
As falas da testemunha foram comprovadas por uma câmera de segurança que existe na via. Ela gravou o momento em que o homem faz a passagem irregular.
“Devido à imprudência desse motorista, uma vida foi ceifada. Trata-se de um jovem, de uma família boa, correta, trabalhador, ele ajudava o pai fazendo entrega de frangos no final de semana, fazia uma faculdade de Enfermagem e infelizmente morreu”, frisou o delegado.
Inicialmente o motorista havia sido preso em flagrante por homicídio culposo, mas por meio das investigações, a polícia conseguiu mudar a tipificação do crime para homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de provocar uma morte.
Na audiência de custódia, momento em que o detido passa por uma avaliação e a juíza decide se o mantém preso ou não, o advogado de defesa constituído para representar Cleiton pediu o "relaxamento" da prisão em flagrante – o que não aconteceu. A Gazeta tenta contato com o profissional citado no termo de custódia, mas as ligações feitas pela reportagem ao telefone informado no cadastro dele junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não foram atendidas até a última atualização desta matéria. Este espaço segue aberto para um posicionamento.
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