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Ex-aluno que invadiu escola em Vitória e o pai dele são indiciados

Ex-aluno que invadiu escola em Vitória e o pai dele são indiciados

Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso e o relatou à Justiça no último dia 16; rapaz invadiu o antigo colégio com facas e bombas, em agosto deste ano

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 12:40

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Fachada da escola Eber Louzada Zipinotti, em Jardim da Penha
Fachada da escola Eber Louzada Zipinotti, em Jardim da Penha. (Divulgação | Prefeitura de Vitória)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (29) que concluiu a investigação do ataque a uma escola de Jardim da Penha e que indiciou tanto o jovem de 18 anos, quanto o pai dele. O rapaz invadiu a unidade escolar armado com armas brancas.

O inquérito foi encaminhado à Justiça no último dia 16. No entanto, após encaminhamento ao Judiciário, o Ministério Público do Espírito Santo decidiu que não havia elementos suficientes para denunciar o pai do rapaz. O MPES denunciou apenas o ex-aluno por tentar contra a vida de cinco pessoas, sendo duas crianças de 10 anos, e por constranger uma sexta criança.

ENTENDA

O pai foi indiciado pela Polícia Civil por fraude processual. Isso porque, durante as investigações, testemunhas relataram que ele, que é policial militar, teria destruído o celular do filho. O suposto ato teria acontecido em frente à Delegacia Regional de Vitória, para onde o jovemfoi levado após a invasão à escola. No entanto, o aparelho nunca foi encontrado. 

"Agora, o pai pode até responder se forem apresentados fatos novos", explicou a delegada Fernanda Diniz, que respondia pela Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM) à época dos fatos (o caso ficou sob investigação da DHPM porque havia vítimas do sexo feminino).

INDICIAMENTO DO EX-ALUNO

De acordo com a delegada, o inquérito da Polícia Civil indiciou o jovem por seis tentativas de homicídio contra duas crianças e quatro professores. Porém, após o encaminhamento ao Judiciário, o MPES  homicídio tentado contra cinco vítimas — sendo duas crianças, e uma sexta por constrangimento.

PLANEVAJA ATAQUE  DESDE 2019

Conforme consta na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o estudante planejava o ataque desde 2019

O MPES denunciou o jovem por homicídio tentado quatro vezes, contra quatro pessoas adultas (artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, c/c art. 14, II quatro vezes, Código Penal), por homicídio tentado contra uma menor de 14 anos (artigo 121, §2º, incisos I, III, IV e IX c/c art. 14, II) e ainda por constrangimento praticado contra uma sexta vítima, uma criança (art. 129, §7º e art. 146, §1º). Detido no dia do ataque, Henrique Lira Trad está, atualmente, preso no Centro de Detenção Provisório (CDP) de Guarapari.

RELAÇÃO COM AUTOR DE ATAQUE NA BAHIA

Depois do ataque no Espírito Santo, outro episódio foi registrado na Bahia. Na última segunda-feira (26), um adolescente armado invadiu uma escola municipal de Barreiras (BA) e matou uma aluna cadeirante, identificada como Geane de Silva de Brito, de 19 anos.

Em entrevista ao repórter Alberto Borém, de A Gazeta, o delegado Rivaldo Luz afirmou que o autor deste segundo ataque mantinha contato com o jovem capixaba. Por isso, a Polícia Civil da Bahia manifestou o desejo de interrogar o jovem capixaba, no âmbito das investigações do caso baiano. 

Errata Correção
29 de setembro de 2022 às 18:50

Foi corrigida a informação sobre as sanções que incorreu o jovem. Segundo denúncia do MPES, o jovem foi denunciado quatro vezes por homicídio tentado (contra quatro adultos), uma vez por homicídio tentado contra uma criança menor de 14 anos, e ainda por constrangimento a uma outra criança também menor de 14 anos.

Nota da Redação

A Gazeta não vai publicar detalhes sobre o ataque e sobre o autor seguindo recomendações de especialistas, em atenção ao chamado “efeito contágio”.
Para os estudiosos, quando a mídia publica esse tipo de informação, aumenta a possibilidade de imitadores do ato, em busca de visibilidade e notoriedade. Este é geralmente um dos objetivos dos agressores, que passam a ser idolatrados por outros indivíduos propensos à promoção de novos massacres.

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