Exames da perícia da Polícia Civil apontaram que as roupas de Jorge Teixeira da Silva, criança de 2 anos que morreu na madrugada do último dia 5, no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, apresentavam sinais de sangue e de sêmen. Os pais do menino, Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos, e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31, foram presos no mesmo dia, suspeitos de estupro de vulnerável, com resultado de morte e tortura.
As roupas encontradas na residência do casal foram periciadas no Laboratório de Biologia Forense da Perícia da Polícia Civil do Espírito Santo.
O resultado do exame constatou que no body infantil havia Antígeno Específico da Próstata (PSA), que, segundo a corporação, é uma indicação verdadeira de que foi encontrado sêmen nessa peça de roupa, além de ter sido encontrado sangue humano na mesma roupa. Nas outras peças analisadas, o exame encontrou sangue humano, PSA e sêmen.
O Inquérito Policial sobre o caso continua sob investigação da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. Após a conclusão, será realizado o indiciamento contra os suspeitos, que continuam presos no Sistema Prisional.
Segundo o delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, Alan Moreno, o material genético foi encontrado em uma roupa que estava dentro da casa e que não havia sido usada pela criança no dia da morte, necessariamente. 15 pessoas foram ouvidas no inquérito até agora.
"Em uma peça, que denota ser de uma criança, foi encontrado sangue humano e PSA. Ainda não sabemos de quem é o material genético. Vai ser feito uma comparação [do material] com outras pessoas", explicou, em entrevista à repórter Any Cometi, da TV Gazeta.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Secretaria de Estado da Justiça informou que Maycon Milagre da Cruz está preso no Centro de Detenção Provisória de Viana 2, enquanto Jeorgia Karolina Teixeira da Silva permanece no Centro Prisional Feminino de Cariacica.
O delegado que investiga o caso definiu a mãe e o pai da criança, Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, e Maycon Milagre da Cruz, de 35 anos como um casal que não conversava e não demonstrou emoção. Segundo a Polícia Civil, os dois foram presos em flagrante na terça-feira (5) por suspeita de estupro de vulnerável com resultado de morte e tortura.
De acordo com Alan Moreno, delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, o casal não demonstrou consternação pela morte do filho enquanto esteve na delegacia. Os depoimentos deles, segundo a polícia, duraram 12 horas.
"Normalmente os pais estão acabados, totalmente tristes. Os pais não demonstraram arrependimento ou consternação com a morte do filho, não demonstraram basicamente emoção alguma. Eles não conversavam, o que estranhou", afirma.
Suspeitos de matar o filho de 2 anos, Maycon Milagre da Cruz e Jeorgia Karolina Teixeira da Silva tentaram, a todo custo, levar o corpo da criança direto para a funerária, sem passar pelo Departamento Médico Legal (DML). A informação foi revelada pela Polícia Civil à repórter Daniela Carla, da TV Gazeta. O casal alegou não ser necessário realizar a autópsia do corpo de Jorge Teixeira da Silva, de 2 anos.
Contrariando a vontade do casal e seguindo os procedimentos de praxe, a Polícia Civil realizou todos os procedimentos periciais e investigativos.
Na madrugada de segunda (4), Jorge Teixeira da Silva foi levado pela mãe para o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha. Segundo a Polícia Civil, Jeorgia informou, ao chegar ao local, que a criança estava com pneumonia. Porém, os médicos perceberam que a criança estava com lesões, apontando possíveis torturas e abusos.
O crime começou a ser apurado durante a madrugada dessa terça-feira (5), quando a polícia tomou conhecimento da morte da criança. A corporação tinha informações sobre sinais de abusos sexuais. O corpo foi levado ao DML, com o acompanhamento da equipe policial. O objetivo era entender o que causou a morte do menino.
Desde a chegada ao Himaba até a detenção do casal, a polícia afirmou ter observado que os pais da criança demonstravam indiferença com a morte dela, sem emoções ou tristeza aparente, apesar da gravidade do caso. Na avaliação de Alan Moreno, delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, o comportamento causou estranhamento.
Segundo a Polícia Civil, Jeorgia e Maycon apresentaram resistência quando souberam do protocolo de transferência do Himaba, que encaminharia o corpo de Jorge para o DML. Segundo apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, os pais tentaram evitar que o corpo fosse levado. A tentativa era que a criança fosse diretamente para uma funerária. O casal teria alegado não ser necessária a autópsia do corpo.
Após a realização de um exame no DML, o médico-legista apontou que o menino havia sido violentado sexualmente e que a causa da morte foi "choque séptico peritonite, decorrente da perfuração do reto e do ânus devido a um trauma contuso anal". A pneumonia, antes relatada pela mãe, foi descartada pela Polícia Civil.
Com os exames feitos na PC, os médicos apontaram que houve introdução de instrumento contundente na vítima, além de lesões na face, no dorso, no braço e em parte da coxa, que podem ter sido provocadas por cigarro.
O descarte da pneumonia e o conhecimento das lesões internas e externas fizeram com que o casal fosse levado a explicar o ocorrido. Jeorgia Teixeira da Silva e Maycon Milagre da Cruz foram conduzidos à Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, onde prestaram depoimento por aproximadamente 12 horas. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), o delegado Alan Moreno afirmou que eles não souberam dizer o que aconteceu com a criança de domingo (3) para segunda (4), tendo "apresentado versões lacunosas e imprecisas".
Durante as investigações, uma troca de mensagens entre os pais chamou a atenção da polícia. Após o alerta feito por médicos sobre a suspeita de abuso, a mãe da criança entrou em contato com o companheiro. "Ela diz assim: 'O nosso filho foi vítima de um estupro'. O pai responde: 'Estupro, mas por quê?', e ela diz que a médica estava falando que ela precisava ir até a delegacia fazer um boletim. O pai fala que isso é normal, que todo hospital faz isso, e para a mulher ficar tranquila", detalhou o delegado Alan Moreno. Após confeccionar o boletim, quando a criança ainda estava viva no hospital, Maycon mandou uma mensagem para a mulher. "Ele fala a seguinte frase: 'Depois nós temos que sentar e conversar sobre o boletim, pode ser que tenhamos passado alguma coisa despercebida'. Quero deixar claro que temos que entender o que foi dito antes e após essas mensagens, para fazer uma contextualização, mas elas causam estranheza à polícia", disse o delegado.
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