As sirenes ligadas das ambulâncias significam que alguém pode estar recebendo socorro, porém, vem se tornando um momento de insegurança para os profissionais da saúde. Em alguns atendimentos, devido ao aumento da violência, os médicos, enfermeiros e motoristas que atuam nos carros de resgate também precisam se preocupar com a própria segurança.
“São situações gravíssimas. Nas emergências há tentativa de resgate de presos, que uma vez baleado, os comparsas querem tirar a todo custo e invadem os pronto-socorros. Outra situação que acontece é o acerto de contas, por exemplo. Teve tiroteio com fuzil. Existe uma especialidade no Hospital Infantil que atende adolescentes até 17 anos e houve um acerto de conta com tiro, foi pânico geral”, citou o presidente dos sindicatos dos médicos, Otto Batista, em entrevista ao repórter da TV Gazeta, Diony Silva.
O caso mais recente de insegurança dos trabalhadores é o assassinato de Kaio Felipe José da Silva e Kawan Barcelos dentro ambulâncias enquanto eram levados ao hospital. Ao lado de socorristas, as vítimas levaram tiros após os veículos serem interceptados por suspeitos em uma motocicleta, no bairro Porto de Santana, em Cariacica, no último domingo (15). Antes de serem mortos, os dois gravaram um vídeo segurando armas.
Batista reforça que não há mais respeito e a situação beira a insalubridade. "Já passou do limite. Imagina uma situação dessa (jovens assassinados na ambulância), o carro em movimento e o disparo acerta o motorista. Ia ser uma catástrofe", disse.
A preocupação dos especialistas em saúde é que a escalada da violência coloque cada vez mais as equipes de socorro em perigo e que não sejam feitas ações para combater o problema. De acordo com o Marcos Fernandes, diretor do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do Espírito Santo (Sitraen), devido essas situações o maior cuidado está sendo sempre chamar a polícia.
“Você não sabe o que vai acontecer. Pode ser que a pessoa que atirou possa chegar no meio da equipe para acabar o serviço. É muita insegurança trabalhar assim, pois lidamos com o público e não sabemos o que vem de lá para cá. Estamos aqui para ajudar, mas quem está sendo atendido pode estar em outras intenções”, falou Fernandes.
Um olhar para a proteção do setor da saúde é o pedido de quem trabalha na área. Isso porque a falta de segurança já ultrapassou o limite, segundo Batista, e é necessário começar a garantir o trabalho seguro de médicos e enfermeiros.
“Isso é inadmissível porque eles saem dos lares para salvar vidas e tem que presenciar uma situação dessas. O carro de resgate é um ambiente neutro e deve ser seguro e respeitado”, afirmou Jobson Santana, presidente dos Sindicatos dos Condutores de Ambulância do Estado do Espírito Santo (Sindconam).
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